O lugar remoto, anteriormente habitado por monges beneditinos, acolheu, mais uma vez, os milhares de pessoas que quiseram participar na Romaria a São João d’Arga, no Arciprestado de Caminha.
Conhecido pela genuinidade e espontaneidade de todos os que por lá passam, este momento destaca-se pela ancestralidade das devoções, pelas paisagens que o rodeiam e pelo ambiente único criado pelos romeiros.
Este ano, o tema foi “Consertar a casa comum”, procurando uma renovada atenção e preocupação face ao meio ambiente em tempo de contínuos abusos à dádiva da criação, conforme relembra o Papa Francisco na Carta Encíclica Laudato Si, e mostrar que a Igreja está contra esta forma de ver a natureza como algo negociável e transacionável. É uma espécie de compromisso de dada peregrino para fazer o que estiver ao seu alcance pela proteção ambiental
No domingo que antecedeu a Romaria, registou-se uma enchente de peregrinos e visitantes no Mosteiro dedicado ao Santo Percursor. Para muitos, foi dia de montar as tendas; para outros, oportunidade de delimitar o espaço que iriam ocupar nos dias 28 e 29, mas também no 27. Para imensos, foi dia de preparar-se espiritualmente, através da oração da peregrinação, oração do terço, meditação na Palavra de Deus, sacramento da Reconciliação e celebração da Eucaristia, onde foram entoados os cânticos de S. João d’ Arga.
Muitos peregrinos encontram espaço para a Misericórdia Divina através da celebração do Sacramento da Penitência, naquele local onde ecoam as palavras da “voz que clama no deserto”: Arrependei-vos! Convertei-vos! Mudai de vida.
A vivência deste Sacramento é forte durante todo o ano, mas especialmente nos dias da Romaria, em que há diversos sacerdotes para atender os peregrinos e, com dignidade, celebrar a alegria do abraço da Misericórdia Divina.
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