Tempo… quem dera!

Isabel Lemos
8 Ago. 2024 3 mins
Irmã Isabel

Gostava de partilhar convosco o que pela mente e coração vai acontecendo, e posso dizer-vos que o tempo tem sido a razão. E, alguns já começam a sorrir… quem dera ter tempo, dirão uns, e outros provavelmente ficam à escuta e à espera do que a seguir se poderá dizer.

Tempo, dom gratuito e que se pode viver de modos diferentes. Viver apressado, viver a correr sem descobrir o sabor de cada acontecimento e sem colocar a atenção do coração, pode fazer com que se viva na ilusão de que o tempo não chega, foge e tem grande velocidade. Se calhar a perspetiva com que se vive pode mudar tal visão!

Quem dera fosse possível agarrar a vida com as mãos do coração e aprender a olhar cada circunstância como única, deixando que a vida nos atravesse e nela a mensagem mais profunda. Quem dera, cada nova manhã, fosse possível acordar com olhos novos e começar a saborear a própria vida como dom maravilhoso!

Quem dera!

Afinal é possível olhar para a vida e deixar que o tempo saia em nosso favor e possibilite viver com um modo novo, desde dentro, apreciando e agradecendo cada novo acontecimento, cada pessoa com a qual nos encontramos e, passo a passo, até o tempo cresce e deixa margem para vivermos com mais sentido.

Tempo… quem dera!

Ainda se ouve por algum lado… os mais incrédulos dirão que é sonho vão desejar que o tempo se acomode ao ritmo vertiginoso da nossa sociedade… Mas os mais ousados podem intuir uma bela oportunidade para viver desde o essencial… Descobrir sentido e beleza atrás do próprio tempo, na raiz mais profunda do ser e, até mais adentro onde se toca o mistério, pode ser caminho para quem quer viver como discípulo.

Quem dera viver à escuta, prestando atenção, deixando que o coração nos ensine com o seu ritmo a dar espaço à Vida, aos outros e a Deus que ama e chama pelo nome, sem pressa, sem pausa, mas respeitando o tempo de cada pessoa na sua liberdade e identidade.

Está nas nossas mãos aprender a viver a um ritmo menos acelerado, mais agradecido e privilegiando o que é fundamental. E, o tempo chegará para viver cada experiência de modo pausado, gerando dentro de cada um o desejo de olhar a vida com olhos novos e de maneira apreciativa.

Afinal não esqueçamos que “Para tudo há um momento
e um tempo para cada coisa que se deseja debaixo do céu:
tempo para nascer e tempo para morrer,
tempo para plantar e tempo para arrancar o que se plantou…
(Ecle, 3, 1-8).

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