Exclusivo Entrevista Política

PSD quer aproveitar “erros de casting” do PS para conquistar Câmara de Viana

Duarte Martins é, desde novembro, o presidente da concelhia do PSD de Viana do Castelo. Ao Notícias de Viana, critica a gestão autárquica e diz que é urgente uma mudança. 

Micaela Barbosa
14 Fev. 2025 7 mins

(NdV): Como avalia o desempenho do PSD na vereação e na Assembleia Municipal?

(DM): O Paulo Vale tem tido um comportamento exemplar com esta concelhia. Tem feito uma performance e uma qualidade técnica muito acima da média. É uma pessoa muito bem preparada. Exemplo disso, são as declarações de voto nas várias reuniões de câmara e, por isso, reúne as condições para continuar a ser um excelente quadro do partido.

Na Assembleia Municipal, o desempenho tem sido satisfatório. Muitas vezes, não há essa percepção porque temos uma presidente de assembleia que não é isenta, tende para o PS, corta a palavra e não deixa terminar o raciocínio.

Temos ainda presidentes de Uniões e Juntas de Freguesia independentes que estão a fazer pela vida, tentando mostrar serviço para depois integrarem as listas do PS, que também não colaboram. E, por isso, torna-se difícil mostrar as nossas propostas para Viana do Castelo. Isto é prejudicial não para o PSD, mas para a população.

Em suma, não conseguimos mostrar que o PSD é um projeto diferente e tem uma alternativa. Sei que existe essa vontade. É normal, são 30 anos de poder instalado.

 

(NdV): Isso tem gerado um exercício viciado do poder?

(DM): Sim. Há inclusive determinados tiques que se apoderam da democracia. 

Há medidas que são tomadas que são eleitoralistas e não com vontade própria dos vianenses. Um exemplo prático é a devolução do IRS à população. Isto é uma medida que poderia verificar quem vive em Viana, inclusive os jovens. A Câmara nem sequer responde porque é incómodo não dizer-se que não se vai devolver. Ou seja, escuta-se na não resposta.

Os transportes são outro exemplo. Deveriam ser um fator de conexão territorial. Este erro de municipalização faz com que a medida tenha sido tomada unilateralmente. Aliás, ainda falta a aprovação da abertura concursal. Resumidamente, ninguém sabe quanto vamos gastar e qual o seu benefício. E, por isso, defendemos a criação de uma empresa municipal de transportes para perceber o custo, o benefício, a rentabilidade e os gastos. Isto advém da transparência. Se não existir algo deste género, os custos vão ser imputados à Câmara Municipal e dissecados por vários departamentos.

Outra questão da cidade europeia do desporto. Onde estão as contas? Qual foi o proveito que tivemos? Ninguém sabe. O que sabemos é que o endividamento brutal, que foi prometido aos clubes e empresas, continua por pagar. Estão sem receber nada.

Por fim, o mau tempo. Sabemos que as intempéries são imprevisíveis, mas sabemos sempre que existe, todos os anos, a Senhora d’ Agonia, em agosto, e as inundações debaixo da ponte. Não há estudos que se possam fazer para mitigar estas situações?

 

(NdV): Nos últimos anos, o PSD apresentou o Eduardo Teixeira como candidato. Como está o partido após a sua saída?

(DM): Unido e com o objetivo de vencer a Câmara Municipal de Viana.

Há sempre vozes dissonantes, mas faz parte. Não é por acaso que o PS vem dizer que a aprovação da candidatura nunca houve dúvidas, mas sabemos que não é verdade. Não é também por acaso que se fala que a Maria José Guerreiro estará a ponderar uma candidatura independente. E, não é por acaso que também se fala da eventual saída de dois dos cincos vereadores, inclusive Ricardo Rego que estará encostado na prateleira. Isto é sinal que existe mau estar. Isto a população sente e será comprovado com a saída de dois dos vereadores por mera incompetência e credibilidade.

 

(NdV): Mas como é que explica que, de setembro para cá, tenham existido 188 deliberações em reuniões de câmara, e só 16 não tenham sido aprovadas por unanimidade? É sinal que o PS está a fazer

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