Cerca de 1300 escuteiros de 35 agrupamentos do Alto Minho, de Portugal Continental e da Galiza participaram no VI Acampamento Regional (Acareg), que se realizou no Paço da Giela, em Arcos de Valdevez. Pela primeira vez, fora do concelho de Viana do Castelo.
É o penúltimo dia de acampamento. À chegada, somos recebidos pela equipa de segurança. Até ao pórtico ainda são alguns metros e, enquanto somos acompanhados para ir ter ao posto de comando, já se ouvem os milhares de escuteiros e os ensaios da banda do Acareg para “a grande festa”.
Junto ao posto de comando, está o posto médico. Para além da equipa de campo de médicos e enfermeiros, encontramos médicos internos, dos vários Centros de Saúde do Alto Minho, que se voluntariaram para ajudar. E, apesar de ser um lugar onde, normalmente, se vê e se sente a tristeza dos doentes, ali viu-se sorrisos e ouviu-se risos. Quer dos doentes, quer dos profissionais de saúde.
Henrique Amorim é o chefe responsável pela região de Viana do Castelo. Apresentou-nos o campo todo e, apesar de alguns percalços “normais”, o balanço é “muito positivo”. “Em termos de números, é o maior Acareg que organizamos na nossa região. E, em termos de campo e atividades, correu tudo muito bem”, afirmou, desejando que todos os participantes se sintam “satisfeitos”. “Espero que os escuteiros saiam desta atividade mais formados e mais instruídos sobre o nosso mundo porque vivemos num planeta, cada vez mais, destruído pelo homem e, portanto, temos de fazer a diferença”, salientou.
Manuela Tepala é lobita e pertence ao Agrupamento de Escuteiros da Meadela. “Está a ser um acampamento muito giro. Passeamos pela vila, fomos à piscina e brincamos muito no campo”, contou, frisando que leva para casa novos amigos.
Núria Mendes, de Valença, e Carolina Silva, de Vila Nova de Anha, são exploradoras e também destacaram as novas amizades que fizeram ao longo dos seis dias. “Apesar de ter ficado doente e das discussões que tive com a minha patrulha, voltava a participar no acampamento”, disse Núria. “Está a ser muito fixe porque me diverti muito. Tivemos várias experiências”, acrescentou Carolina, sublinhando, entre risos, que “a melhor parte é o banho”.
Carlota Penido e Diana Sandoval são duas pioneiras espanholas e foram convidadas a participar. disseram que sim e voltariam a repetir a experiência. “É sempre uma oportunidade de conhecer uma nova cultura e, apesar da dificuldade da língua, fomos muito bem recebidos e acolhidos”, afirmaram, confidenciando que viveram momentos que não fazem em Santiago.
Já Leandro Mesquita, Beatriz Vaz e Daniel Espadinha são caminheiros, pertencem ao Agrupamento de Escuteiros de S. José Ferreiras (Algarve) e foram desafiados por uma dirigente do Agrupamento de Alvarães, que é ainda responsável pela equipa da IV secção de Viana do Castelo, a participar no acampamento. “Há pequenas diferenças entre o nosso acampamento e o deles, mas os dois são sensacionais. É uma experiência única”, descreveu Leandro, admitindo que se sentiram “muito bem acolhidos” pela região e, principalmente, pelos caminheiros de Vila Nova de Anha, que foram a sua equipa e “a melhor parte” de todo o acampamento. “Apesar do cansaço, está a correr tudo muito bem. Arcos de Valdevez é um concelho muito bonito”, apontou Beatriz, sublinhando as partilhas entre regiões. “Estou a gostar bastante. Notei muita diferença nas paisagens. São muito bonitas, mas o melhor foi as pessoas que conheci e nos acolheram. Eles são incríveis”, reforçou Daniel.
Mariana Faria é chefe dos lobitos de Alvarães e trouxe um grupo de cerca de 20 crianças, que estão “super felizes” por terem participado na atividade “muito bem concretizada”. “Os lobitos são crianças dos seis aos dez anos e é uma faixa etária em que é difícil de gerir as saudades de casa. Ainda assim, conseguiram superar através das atividades que os ocupava”, referiu, assegurando que saem “mais crescidos” e com a certeza de que “a primeira (secção) é que é boa”.
Apesar do acampamento ser fechado a amigos e familiares, a Junta Regional decidiu promover um acampamento com antigos escuteiros e transmitir alguns dos momentos nas redes sociais. “Já temos mais de um ano de trabalho desde a conceção da imagem, ao aspeto gráfico e à marca do Acareg. O feedback que temos recebido nas redes sociais e no nosso site são sensacionais. As pessoas conhecem a imagem do Acareg e, para nós, é uma vitória”, afirmou o chefe João Abreu.
O também responsável pela comunicação garantiu ainda que a organização não esqueceu os escuteiros, que não conseguiram participar, e os amigos e familiares. “Fizemos um conjunto de iniciativas desde fotografias diárias, entrevistas e press release para que estivessem informados do que estava acontecer”, enumerou, especificando os diretos com “milhares de visualizações” e comentários “motivadores”.
O acampamento contou ainda com o apoio do Agrupamento nº 214 de Arcos de Valdevez e da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez que, “desde a primeira hora, ajudaram” na sua concretização.
Teresa Loja pertence aos serviços centrais. É de Coimbra e aceitou o convite da região de Viana do Castelo porque “já andava há muito tempo a prometer-lhes que viria”. “Nem hesitei porque isto é lindíssimo”, afirmou, contando que esteve a ajudar a organização no Depósito de Material e Fardamento (DMF). “Eles conhecem-se todos. Eles fazem equipas e, quando existe algum problema, unem-se para encontrar uma solução. Não me lembrava de ver e sentir este espírito desde miúda”, destacou.
Também o assistente nacional do Corpo Nacional de Escutas, Pe. Daniel Nascimento, passou pelo Acareg. “Como membro da equipa central, quis passar pelo máximo de Acareg’s possíveis. Quis ver o ambiente e já conversei com algumas pessoas mas, pelo que vi e me contaram, está tudo a correr bem”, referiu, refletindo sobre a importância da espiritualidade que deve ser vista como “uma oportunidade de crescimento em conjunto, de um caminho para todos, de felicidade e de ajudar uns aos outros”.
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