O Seminário Diocesano de Viana do Castelo: Prioridade da Identidade Diocesana – subsídios para a sua história – parte XXXVII

A primeira comissão central Para colaborar na missão de fazer avançar o projecto e a construção do Seminário Diocesano em Viana do Castelo, D. Armindo tinha proposto, na reunião com os Consultores Diocesanos, em 9 de Janeiro de 1988 – dois dias após a assinatura da escritura do terreno –, a constituição de uma comissão […]

Notícias de Viana
10 Set. 2021 7 mins
O Seminário Diocesano de Viana do Castelo: Prioridade da Identidade Diocesana – subsídios para a sua história – parte XXXVII

A primeira comissão central

Para colaborar na missão de fazer avançar o projecto e a construção do Seminário Diocesano em Viana do Castelo, D. Armindo tinha proposto, na reunião com os Consultores Diocesanos, em 9 de Janeiro de 1988 – dois dias após a assinatura da escritura do terreno –, a constituição de uma comissão central diocesana.

Durante todo o processo que conduziu à escritura do terreno, as circunstâncias moveram D. Armindo, por vezes, a constituir uma comissão – designada «pró-Seminário» – para diligenciar, em nome do Bispo e da Diocese, o que fosse necessário em ordem a dar seguimento a uma eventual negociação. Aconteceu, por exemplo, nas conversações com a Santa Casa da Misericórdia, em que o objectivo da comissão foi avaliar as propriedades apresentadas pelas partes com vista à concretização de uma permuta.

A partir do momento em que a Diocese avançou efectivamente para a etapa de projectar e construir o Seminário Diocesano mais pertinente se tornou a necessidade de constituir uma comissão central pró-Seminário que colaborasse com o Bispo na coordenação de toda a acção. Só mais tarde se chegaria à conclusão de que, em vez de uma, seriam necessárias duas comissões centrais.

Em 12 de Julho de 1988, D. Armindo referiu-se ao Seminário Diocesano, na reunião com os membros do Conselho Presbiteral, para dar conta de que, estando a avançar o projecto para a sua construção, se impunha «mobilizar todas as forças e toda a Diocese através de uma comissão central, arciprestais e locais».

A mensagem foi transmitida ao clero do arciprestado de Ponte da Barca, na reunião de 14 de Setembro, e registada em acta: «D. Armindo, da parte de tarde, falou da construção do Seminário, que já tem elaborado o projecto orçado em cerca de duzentos e cinquenta mil contos, para o que se terá de organizar várias comissões para angariar fundos a nível diocesano, arciprestal e paroquial».

Cedo se percebeu que a comissão diocesana deveria caracterizar-se não só por ser central de uma rede à qual se conectariam outras de âmbito arciprestal, mas também por revestir-se de uma alargada representatividade, desde logo da parte dos organismos diocesanos. 

Um primeiro esboço previa que a comissão central integrasse sacerdotes representantes do Conselho Presbiteral e dos Colégios de Consultores Diocesanos e de Arciprestes, tendo-se inclusivamente levantado a questão se outros mais deveriam fazer parte, juntamente com leigos, designamente membros dos cursos de cristandade. 

Assim sendo, a constituição da comissão central estaria sempre condicionada pela renovação dos organismos diocesanos, que, de facto, veio a acontecer durante o ano de 1988. 

Depois da nomeação dos arciprestes em princípios de Janeiro, D. Armindo reconstituiu, em 13 de Junho de 1988, o Conselho Presbiteral e, em 8 de Agosto de 1988, enriqueceu o Colégio de Consultores com a nomeação de três párocos do arciprestado de Viana do Castelo – nomeadamente, os padres Alberto Rodrigues Martins, de São Miguel de Perre, Armando de Jesus Esteves Rodrigues, de Santa Maria de Monserrate, e Manuel José da Costa Azevedo Vilar, de Santa Cristina de Meadela – e um de Ponte de Lima, o padre José Ribeiro, arcipreste de Ponte de Lima e pároco de Santa Maria de Refóios.

Por decreto de 1 de Outubro de 1988, D. Armindo constituiu também a Comissão de Administração da Diocese – antes denominada por Conselho Administrativo –, em harmonia com a normativa do novo Código de Direito Canónico, a qual passou a ser composta por quem exercia desde 10 de Janeiro de 1987 a função de ecónomo – o padre Manuel Correia Quintas – e por um Conselho para os Assuntos Económicos.

Para o referido Conselho, D. Armindo nomeou, juntamente com José de Oliveira Reis, os engenheiros João Pedro de Oliveira Valença e Joaquim Barreto Moura, três personalidades que, por exemplo, anos antes tinham feito parte da comissão pró-Seminário constituída no âmbito do processo de negociação da permuta com a Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo. Aliás, o desempenho dos dois engenheiros no sucesso da permuta de terrenos com a Junta Autónoma das Estradas havia sido também grandemente apreciado pelo bispo vianense. Aos três conselheiros juntaram-se António Fernandes e os padres Alberto Rodrigues Martins e Albino da Conceição Fernandes Fonseca.

Contudo, a renovação dos organismos diocesanos ocorrida em 1988 acabaria a final por não ter um papel determinante na composição do elenco da comissão central pró-Seminário. Muito menos influência viria a ter na constituição das duas comissões centrais – financeira e executiva –, sucedâneas daquela primeira, empossadas em 11 de Janeiro de 1990 e maioritariamente compostas por leigos.

Em atenção à função que seria suposto desempenhar, o organograma inicial da comissão central previa a integração de elementos que formassem uma espécie de subcomissão técnica, o que indiciava já a necessidade de desdobramento da central em duas comissões, como de facto veio a acontecer nos princípios de 1990.

Conectadas com a central, constituídas por leigos e encabeçadas pelo arcipreste ou por um sacerdote em nome do arciprestado, as comissões arciprestais deveriam ter como finalidade a «mentalização e angariação de fundos». Cada uma delas seria composta por três pessoas «com capacidade e força representativa». As listas de nomes seriam comunicadas ao Bispo, o qual, por sua vez, as apresentaria à comissão central.

Em ligação com as comissões arciprestais, a comissão central procuraria «apresentar um elenco de ‘individualidades’ e empresas ou instituições a abordar especialmente».

Estas linhas mestras assim traçadas em 1988 foram sendo reequacionadas com o tempo e à medida que o projecto foi ganhando maior definição, de tal modo que, em vez de uma, se entendeu ser necessária a constituição de duas comissões centrais – uma financeira e outra executiva –, das quais foi precursora uma comissão central pró-Seminário – em abono da verdade, com carácter provisório.

Como membros da referida comissão provisória, tomaram parte activa nas primeiras diligências, representando a Diocese de Viana do Castelo junto de várias instâncias, o vigário geral Sebastião Pires Ferreira e os padres Manuel Correia Quintas, ecónomo da Diocese e intitulado de «administrador do Seminário», e Sérgio Augusto Pereira Gonçalves, secretário geral, delegado do Bispo diocesano para os Seminários e autodenominado «o encarregado do Seminário».No elenco da comissão pró-Seminário aparecem associados àqueles o cónego Constantino Macedo de Sousa, e o padre José Ribeiro, pároco de Barroselas, como delegado do Conselho Presbiteral constituído em 13 de Julho de 1983, bem como os leigos António Fernandes, como ecónomo pró-Seminário, Maria Olímpia Pinto da Rocha, Maria Nadir de Sousa Santos Lima e Henrique da Mata, aos quais se juntaram os que formariam a (sub)comissão técnica, nomeadamente José Afonso Fernandes Mina e os engenheiros Manuel Matos Cristino e João Pedro de Oliveira Valença.

(continua na próxima edição)

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