O Seminário Diocesano de Viana do Castelo: Prioridade da Identidade Diocesana – subsídios para a sua história – parte XLIV

E de gratidão Embora a proposta do vereador Maurício de Sousa tenha surgido no ano em que se comemoravam os 380 da trasladação dos restos mortais de D. Frei Bartolomeu dos Mártires para o moimento do lado do Evangelho da igreja de Santa Cruz do Convento de São Domingos, as razões para que fosse apresentada […]

Notícias de Viana
21 Jan. 2022 3 mins
O Seminário Diocesano de Viana do Castelo: Prioridade da Identidade Diocesana – subsídios para a sua história – parte XLIV

E de gratidão

Embora a proposta do vereador Maurício de Sousa tenha surgido no ano em que se comemoravam os 380 da trasladação dos restos mortais de D. Frei Bartolomeu dos Mártires para o moimento do lado do Evangelho da igreja de Santa Cruz do Convento de São Domingos, as razões para que fosse apresentada em reunião de Câmara foram contudo outras.

Não só foram considerados «os valores humano e cultural» de quem «Viana tanto acarinhou», sobretudo «o quanto este religioso fez, despretensiosamente, pelo engrandecimento social e cultural de Viana do séc. XVI», como foi também ponderado «o sentir do povo vianês em geral, e o desta Câmara em particular».

Razões essas que se juntaram à iminente ocorrência do quarto centenário da morte de D. Frei Bartolomeu dos Mártires, em 1990, para o qual tinha alertado o jornal diocesano dias antes da aprovação da deliberação camarária, na edição de 5 de Janeiro de 1989, dando nota de que as comemorações se iriam realizar «entre Maio de 1990 e Julho de 1991, meses do nascimento e da morte do Venerável».

Um evento em que – escrevia-se no «Notícias de Viana» –«Viana do Castelo, cidade e Diocese, vai ser juntamente com Braga, palco e cenário do grande Congresso Bartolomeano», e «vai exigir envolvimento e compromisso de todos, indivíduos e instituições, a fim de que a evocação do Arcebispo Santo não seja acontecimento festivo alienante e transitório, mas antes um marco de reflexão, estudo e aprofundamento eclesial e cristão».

A realização de um congresso por ocasião do referido centenário tinha sido previsto já em 1984, aquando das primeiras Jornadas Bartolomeanas, realizadas em Viana do Castelo, entre 31 de Novembro e 2 de Dezembro, como forma de diminuir «a dívida nacional, em moeda de vernáculo, para com uma das grandes figuras da História de Portugal e da História da Igreja em Portugal», conforme D. Armindo assim salientou no seu encerramento.

Então, a Câmara Municipal foi uma das instituições públicas que tornou possível a iniciativa promovida pelo Movimento Bartolomeano e pelo Centro Diocesano de Cultura, instituído por provisão de D. Armindo, dada em 8 de Agosto de 1983, com o objectivo de colocar a Igreja diocesana em atitude manifesta de serviço à cultura, geral e religiosa, do clero e do laicado.

Inclusivamente, a autarquia vianense viria a lançar, embora em 1990, a publicação dos estudos apresentados nas primeiras jornadas, constituindo a sua «primeira homenagem» no arranque das comemorações do quarto centenário do falecimento de D. Frei Bartolomeu dos Mártires.

Para uma segunda foi-se deixando ficar a construção do monumento aprovado em 10 de Janeiro de 1989, tanto no tempo que bem se podiam adequar ao caso as palavras de Frei Luís de Sousa (1555-1632) a propósito do episódio da «desejada» trasladação para um túmulo novo dos despojos do «nosso santinho», jacentes em «sepultura rasa e humilde»: «E com tudo corriam os anos, e tudo eram desejos sem aparecer efeito, falar todos e ninguém obrar. Nisto se vê o desemparo ordinário das cousas públicas: em tocando a mais que um, logo ficam sem dono, e é necessário esperar-lhe o remédio do Céu».

(continua na próxima edição)

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