Domingo da Palavra de Deus

Escolhido pelo Papa Francisco (em 30 de setembro de 2019), o III domingo do tempo Comum da Liturgia é o domingo dedicado por excelência à Sagrada Escritura (a Bíblia). Não de forma exclusiva, mas para enaltecer na vida dos fiéis a importância capital deste tesouro que constitui a Bíblia, conduzindo à “celebração, reflexão e divulgação da Palavra de Deus”, num “momento propício (…) em que somos convidados a reforçar os laços com os Judeus e a rezar pela unidade dos cristãos” (Papa Francisco, Carta Apostólica Aperuit illos =AI, 03).

Notícias de Viana
20 Fev. 2020 3 mins

O III Domingo Comum, este ano, acontece no dia seguinte (26. 01) ao dia litúrgico da conversão de S. Paulo (25. 01). Uma parte do NT é preenchida por escritos de Paulo (as suas Cartas às diferentes igrejas nascentes, catorze dos 27 livros do NT). A iniciativa tem um cunho ecuménico: o dia litúrgico da Conversão de S. Paulo é o último do oitavário de oração pela unidade.

A Bíblia faz memória de muitos séculos. Merece-nos a estima e o preito que lançamos a todos os que fazem a nossa História. Nas suas páginas haurimos tanto do que nos legam permanentemente quantos se aproximaram do Deus vivo e nos apoiam no nosso objetivo pessoal e comunitário. A Bíblia (Sagrada Escritura) aponta e narra os acontecimentos e as implorações de tantos milhões de seres humanos, dos quais nascemos. Os nossos pais são para nós o último elo desta imensa cadeia.

“Religiosa e assídua familiaridade” (AI 15)

A vida dos viventes humanos que somos hoje reflete sem cessar este património vivo e vivificante que plenifica, a Palavra de Deus. Somos os atuais portadores deste tesouro de mil gerações que interpretam as suas buscas levadas pelo amor de Deus que cria e recria sem cessar. Um tesouro vivo que dá alento, conforta e faz peregrinar pacificamente. Tal tesouro vive na casa dos crentes (moradia e coração) e tonifica as suas jornadas: “por um lado, como palavra de Deus, alimenta a Igreja, em todos os âmbitos da sua vida: não só o litúrgico, mas também o caritativo e, de modo especial o formativo (…). Por outro lado, há uma relação profunda entre Liturgia e, particularmente, as atividades formativas, designadamente na Catequese e na Educação Moral e Religiosa Católica” (CEP 2019). A Bíblia preside e revitaliza nos cristãos o seu caminhar, modestamente e com sentido.

Muitas das nossas casas já o refletem. A Bíblia nutre a vida e abre-nos à esperança. Preside à nossa habitação, assinalando um sentido, embelezando uma caminhada e aproximando-nos do inacessível. “A Bíblia, incluindo Jesus, nos fala predominantemente dele (Deus): a partir da contemplação daquilo que os nossos sentidos abarcam e que, segundo a fé, dele depende, para depois subirmos a um nível superior da realidade, não detetável pelos sentidos, mas com duas partes: a acessível e a inacessível aos sentidos. A acessível permite-nos passar, pelos olhos da fé, à inacessível, que, porém, jamais poderá ser conhecida por completo, já que entra no infinito. Mas, sem o inacessível, até o acessível é incompleto” (SIQA, 41). A Bíblia fala-nos de nós e para nós, projetando-nos em Deus. 

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