Câmara de Viana garante segurança dos autocarros chineses e aprova passe único de 20 euros para o TUViana

O Executivo municipal de Viana do Castelo aprovou a criação de um passe único mensal de 20 euros para todas as linhas do TUViana, no mesmo dia em que o autarca Luís Nobre respondeu a preocupações sobre a segurança dos autocarros elétricos de fabrico chinês que integram o sistema, ainda em fase de consolidação.

Micaela Barbosa
12 Nov. 2025 3 mins

“Há notícias que só servem para criar alarido e agitação social”, afirmou Luís Nobre, garantindo que a empresa fornecedora e a Mota-Engil, parceira técnica no projeto, transmitiram todas as garantias de segurança. “Estou absolutamente tranquilo com as informações que recebemos”, reforçou, acrescentando que os engenheiros da Mota-Engil “estiveram várias semanas em Viana do Castelo a acompanhar o processo de entrada em funcionamento dos autocarros”.

A questão foi levantada pelo vereador do Chega, Eduardo Teixeira, depois de terem sido divulgadas, em alguns meios internacionais, suspeitas de que os veículos poderiam incluir cartões SIM que permitiriam acesso remoto aos sistemas eletrónicos. 

Em resposta, Luís Nobre sublinhou que os autocarros cumprem as normas europeias e nacionais de segurança e comunicação de dados.

Passe único mensal de 20 euros

Na mesma reunião, o Executivo municipal aprovou a proposta de alteração do tarifário do TUViana, que prevê um passe único mensal de 20 euros, válido para todas as linhas do serviço. “O antigo tarifário estava dividido por zonas. Com este passe único, pretendemos simplificar e incentivar o uso dos transportes urbanos”, explicou a vereadora da Mobilidade, Fabíola Oliveira.

A proposta reduz o número de preços de 48 para 10 e prevê passes gratuitos para jovens e antigos combatentes, bilhete reduzido (10 euros) para seniores e pessoas com deficiência, e um bilhete ocasional de 1,5 euros a bordo, ou de 1 euro em pré-compra.

Apesar de reconhecerem “o benefício imediato” para os utentes, os vereadores do PSD, eleitos pela AD, optaram por se abster na votação, destacando várias reservas quanto à execução técnica e financeira do serviço. “A presente proposta vem confirmar a implementação de um modelo de transportes urbanos feita de forma apressada e com lacunas graves nos seus pressupostos técnicos e financeiros”, referiu o vereador Duarte Martins.

Entre as críticas apontadas, está a redução da quilometragem anual prevista para quase metade do inicialmente anunciado, passando de 814.186 km para 411.044 km. “Esta discrepância levanta dúvidas sobre a real capacidade de cobertura da rede e a sustentabilidade do serviço”, apontou, questionando também a insuficiência de motoristas, apontando que estão previstos apenas 29, “quando seriam necessários, pelo menos, 49”.

O aumento de 44% nos custos de manutenção e a redução da receita prevista devido à nova grelha tarifária foram outros pontos destacados. “A redução das tarifas constitui uma medida positiva para os utentes, mas deve ser acompanhada de uma gestão rigorosa e transparente, sob pena de comprometer a viabilidade económica do sistema”, defendeu, questionando o cumprimento do contrato da bilhética “face a atrasos na entrega dos serviços contratados” e sublinhando que não foi apresentado “qualquer modelo financeiro compensatório que assegure o equilíbrio económico do sistema”.

O Chega votou contra.

O novo regulamento seguirá, agora, para consulta pública durante 30 dias úteis. Posteriormente, regressará à Câmara Municipal e irá à Assembleia Municipal para aprovação final.

Período gratuito até ao final do ano

O processo de regulamentação e implementação do sistema de bilhética ainda está em curso e deverá prolongar-se até, pelo menos, ao início de 2026. “Quase de certeza que, até ao final do ano, conseguem viajar gratuitamente”, afirmou Luís Nobre durante a inauguração da iluminação de Natal, apelando à utilização dos novos autocarros para facilitar o acesso à cidade durante a época natalícia.

Tags Política

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