Em Agosto, o número de pessoas sem médico de família disparou para 1 milhão e 675 mil. A notícia é avançada pelo jornal Público, que dá nota que a maior parte ocorre em Lisboa e Vale do Tejo, onde 30% da população não tem clínico assistente nos centros de saúde. No Alto Minho, de acordo com João Porfírio Oliveira, presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), “98% da população tem médico de família”.
Baseando-se nos dados da base de dados “Bilhete de Identidade dos Cuidados de Saúde Primários”, o jornal Público avança que o número de utentes sem médico de família em Portugal atinge recorde desde 2014, devido a atrasos nos concursos de novos médicos de família, que sofreram mudanças devido à reestruturação do modelo de recrutamento no SNS. “Os 5327 médicos de família disponíveis cobriam 8,739 milhões de utentes no mês passado”, mostram os dados.
A notícia relembra ainda que, este ano, o Governo decidiu transferir a autonomia para o recrutamento para as 39 Unidades Locais de Saúde (ULS) do país, em vez de realizar concursos centralizados a nível nacional, como era a prática anterior. “Esta mudança resultou em atrasos significativos na colocação de cerca de 400 novos médicos que concluíram a sua formação em 2023, agravando assim a falta de clínicos nos centros de saúde”, refere, argumentando que “os números, em agosto, revelam que a situação era crítica, com o menor número de cidadãos com médico de família desde 2014”. “Nesse ano, o país registava uma cobertura ligeiramente superior, com 8,744 milhões de utentes com médico de família atribuído”, acrescenta, considerando que “os atrasos nos concursos, não só aumentaram o número de pessoas sem médico de família, como também levaram à perda de alguns jovens médicos que optaram por sair do SNS e aceitar propostas do setor privado ou do estrangeiro”.
Desde junho, líderes de associações e sindicatos médicos alertaram para os atrasos nos concursos, defendendo que “poderiam resultar na saída de mais médicos do SNS, uma vez que estes profissionais continuam a receber como internos, apesar de já serem especialistas”. “A situação torna-se ainda mais grave com a falta de médicos em regiões como Lisboa e Vale do Tejo e Algarve, onde as carências são notórias”, le-se ainda na notícia.
No Alto Minho, a realidade é outra. “98% da população tem médico de família. Penso que é o melhor número do país”, revelou João Porfírio Oliveira, presidente do Conselho de Administração da ULSAM, durante a visita às instalações da Unidade Local de Saúde (ULS) da Meadela.
Segundo o responsável, “está a ser feito um investimento em todo o distrito”. “A Comunidade Intermunicipal do Alto Minho está a investir nos dez municípios com o lançamento de concursos”, exemplificou, especificando: “Em termos de instalações, vamos ser dos distritos melhor servidos. Já em relação ao pessoal, a ULSAM tem demonstrado que capta os profissionais necessários para os cuidados de saúde primários”.
João Porfírio Oliveira explicou ainda que, “com o último concurso, o objetivo é que as vagas fiquem satisfeitas”. “Está a correr muito bem. E, dentro de semanas, vamos ter várias listas preenchidas com profissionais de saúde”, assegurou, alertando que “a rotação dos profissionais vai continuar a existir”. “Isto não quer dizer que, momentaneamente, não exista dificuldades, como um médico que se reforma e o tempo necessário para o substituir, mas este é caminho que estamos a percorrer e é um caminho que acho que tem sucesso garantido pela capacidade de atração que o Alto Minho está a ter para com os profissionais”, vincou.
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