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Hugo Pereira: Iniciativa Liberal defende liberdade e mérito individual. Alto Minho em desvantagem

Hugo Pereira é o cabeça-de-lista da Iniciativa Liberal (IL) pelo Alto Minho. Natural de Viana do Castelo, é enfermeiro na Unidade Local do Alto Minho (ULSAM) e é tesoureiro do núcleo de Viana.

Micaela Barbosa
15 Mai. 2025 7 mins

(NdV): A IL defende um Estado mais pequeno e com menos intervenção na economia. Mas, olhando para o Alto Minho, onde muitos concelhos ainda dependem do investimento público – seja em saúde, transportes ou escolas – como se aplica esse modelo aqui, sem deixar as pessoas ainda mais isoladas?

(HP): A IL não defende o desinvestimento público. Aqui há uma perspetiva muito portuguesa, com falta de conhecimento sobre o que se passa lá fora. O Estado pode, simplesmente, fornecer o serviço disponibilizando financiamento aos privados, e assim se possa continuar a usufruir do serviço.

Nos países mais liberais da Europa como Holanda, Bélgica, Dinamarca ou Irlanda, não há falta de Estado social. Pelo contrário, ele é bastante mais forte que em Portugal.

O que defendemos é que a prestação do serviço não tenha de ser necessária e obrigatoriamente feita pelo Estado. Pode ser feito por privados convencionados (sectores social e privado). Muitas vezes, o fundamental é a liberdade de escolha. Ou seja, na saúde, o Estado oferece o serviço onde o presto. A questão é se, ao longo do tempo, encontrar um médico que prefiro noutro local, porque é que o Estado me deixa usufruir, mas não me subsidia a escolha? Não é correto, porque a escolha da pessoa fica condicionada apenas à oferta pública.

O Alto Minho é um dos distritos mais pobres do país, com concelhos díspares entre si. Em nenhum momento a IL disse que queria, por exemplo, encerrar escolas públicas. Nós defendemos mais autonomia para as escolas públicas. Nunca dissemos que queríamos a privatização ou o encerramento de serviços públicos. Queremos que sejam mais fortes, mais financiados, mais autónomos, e que concorram com os privados. Só assim é que conseguimos que sejam melhores.

 

(NdV): O Alto Minho tem um problema de envelhecimento e de fuga de jovens. A IL fala em reduzir impostos para atrair investimento, mas isso chega? O que propõe, de forma concreta, para fixar gente jovem e qualificada nesta região?

(HP): Defendemos o crescimento do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC). Poderemos ponderar se a Universidade do Minho vem, ou não, para o Alto Minho, porque esse foi um desejo inicial, mas nunca concretizado.

Esta é uma proposta local e não entra no pacote da IL nacional. A nível nacional, o que propomos é um choque fiscal, reduzindo significativamente o IRC para as empresas e o IRS para as famílias, mas há mais pontos que podem ser utilizados na política regional. Por exemplo, defendemos zonas económicas especiais no interior do país, onde se insere o distrito pelos elevados índices de interioridade. Ou seja, defendemos que, em certas zonas do país, onde existam vantagens competitivas de sectores, como acontece aqui com as energias renováveis, possam ter vantagens económicas em se instalar ali com mais intensidade. Esta é uma medida bem idealizada, que pode dinamizar um distrito.

Há outra questão relacionada com o sector automóvel. Vive uma forte revolução, mas Viana está num eixo que poderia ser mais bem aproveitado. Aliás, temos empresas que já estão instaladas pela proximidade a empresas/fábricas em Vigo, Porto e Aveiro. A ideia da zona económica é trazer essas empresas para o distrito.

Ainda assim, o que o Alto Minho precisa é de ter uma instituição de ensino superior que rivalize e que apresente uma oferta formativa inovadora, promovendo o desenvolvimento de conhecimento que seja competitivo a nível internacional. E, depois, procure investimento empresarial que traga empregos altamente diferenciados, com melhores salários.

 

(NdV): Mas não é só pela questão económica que os jovens saem de Portugal. A falta de cultura, transportes, saúde e habitação, são outras áreas que requerem investimento. O modelo liberal também dá respostas nestas áreas?

(HP): Sim. A

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