A unidade da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Areosa, Viana do Castelo, recebeu D. João Lavrador por ocasião do Compasso Pascal. Com mais de 100 utentes, a instituição mantém a tradição para cumprir a sua missão: ajudar cada pessoa a encontrar o seu lugar no mundo, com dignidade, afeto e sentido de pertença.
O Bispo diocesano sublinhou o papel da instituição como sinal concreto de atenção à fragilidade humana, lembrando a importância de a Igreja estar ao lado daqueles que mais precisam. “A missão da Igreja é esta: levantar aqueles que estão caídos, ajudar a dar início a uma vida nova, a partir do amor”, disse, agradecendo a D. Anacleto Oliveira, que iniciou esta tradição de presença pascal.
Na visita, marcada por palavras e gestos de proximidade, D. João Lavrador deixou uma palavra de reconhecimento e gratidão a todos os que ali trabalham, salientado a sua entrega, que “vai muito além do profissionalismo”. “Aqui há paixão, há uma dedicação muito grande por estas pessoas. São os que mais atraem, porque mais precisam, e o coração humano é feito para amar”, destacou.
A acompanhá-lo estava um grupo de rapazes e raparigas que, todos anos, segundo conta a diretora técnica, Isabel Moreira, se voluntariam para levar a cruz, as campainhas e a caldeira de água benta. “É o momento mais alto para os nossos jovens. Adoram a receção com os bombos, as campainhas, quem leva a caldeira… é simbólico, mas muito sentido”, admitiu, contando que “é um dia mais livre e aberto”, em que os jovens recebem os colegas de outros ateliers, “como se estivessem a abrir as portas da sua própria casa”.
Com mais de 100 utentes distribuídos por várias valências — centro educacional, formação profissional, Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão e sector agropecuário, a APPACDM mobiliza, diariamente, cerca de 60 profissionais, entre técnicos, terapeutas, professores, auxiliares e pessoal de apoio. “O maior desafio é subsistir. É conseguir fazer muito com pouco. Trabalhamos sempre com o objetivo de estruturar um projeto de vida, com eles e para eles”, referiu a diretora técnica, considerando que “ainda há um longo caminho a percorrer” na inclusão das pessoas com deficiência na sociedade.
“As pessoas esquecem-se de que eles são cidadãos como todos nós. Têm limitações, sim, mas também têm direitos”, salientou, reconhecendo que a realidade da instituição reflete também a evolução demográfica dos próprios utentes. “Já não são só jovens, são adultos. E com a idade deles, vêm também os pais e irmãos envelhecidos. Temos lares residenciais, lares de apoio, e estruturas que asseguram o seu bem-estar de forma contínua”, acrescentou.
A instituição vai mais além da resposta institucional e proporciona, ainda, a prática de ténis, surf, stand-up paddle, dança e ginástica laboral.
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