2024 e 2025 representam o fim de um ciclo político marcado pela presidência de Marcelo Rebelo de Sousa, os Governos de António Costa e, ainda, uma geração de autarcas, os primeiros eleitos após a entrada em vigor da limitação de mandatos cujo percurso máximo de três consecutivos atinge o seu final.
Ao nível do governo, a vitória da AD representou a maior mudança dos últimos 8 anos e a aprovação do OE deverá manter Luís Montenegro pacificamente no poder até bem para lá das autárquicas.
A meu ver, o Orçamento de Estado sinalizou algumas das intenções do Governo e dos partidos que o formam, como é o caso da descida do IRC e do IRS Jovem mas, por força da sua negociação, peca por não acentuar o sentido de urgência para a transformação de um pais que continua atrasado e pobre e que necessita de alterações profundas para poder sair dessa situação.
Noutra pista, a corrida a Belém será muito diferente este ano, os candidatos que à partida teriam a capacidade de mobilizar eleitorado não devem avançar (Costa, Passos ou Guterres), e daqueles que se mantém, nenhum parece garantir a eleição à primeira volta. Por calculismo ou tacticismo, todos os protagonistas estão a guardar as cartas junto ao peito com medo de ser carne para canhão e acabarem por sair de cena sem ir a jogo.
Assim sendo, o que podemos esperar do próximo ano?
2025, política e inteiramente será marcado pelas eleições autárquicas de setembro/outubro e para os partidos com forte implantação autárquica o jogo já começou.
A substituição de autarcas por força da limitação de mandatos impõe uma renovação de quadros nos partidos ao nível do poder local, nas freguesias e nos executivos municipais. O que é uma realidade que até aqui nunca existiu nestes termos, uma vez que com o processo de agregação e freguesias possibilitou a continuidade de muitos presidentes de junta, pelo que, só mesmo em 2025 será necessária a renovação a nível nacional por via da limitação de mandatos. Consequentemente, surgirão novos protagonistas, mas verdadeiramente, deverão surgir novos projetos e novas políticas.
Portugal precisa de subir a parada, a todos os níveis, o ciclo muda e é preciso que as políticas, os políticos e os resultados, mudem com ele.
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