18 de Maio: Uma Escolha pela Democracia

José Lago Gonçalves
22 Abr. 2025 3 mins
José Lago Gonçalves

As eleições de 18 de maio não devem ser vistas como um contratempo político — são, acima de tudo, uma oportunidade. Uma oportunidade para escolhermos o rumo do país, reafirmarmos a democracia e clarificarmos opções.

É também o momento de dizermos não aos extremismos. A história mostra-nos que é na moderação, no diálogo e na construção de pontes que se criam as melhores condições para o progresso. Portugal precisa de estabilidade, não de ruído. De consensos construtivos, não de confrontos estéreis.

Em democracia, o melhor antídoto para a incerteza são as eleições. Um país que ambiciona uma democracia madura deve recorrer às urnas sempre que necessário para clarificar o seu futuro. O desgaste das instituições, sob a capa da busca de respostas que, na verdade, nunca seriam suficientes para quem as queria ignorar, alimentado por discursos incendiários e promessas fáceis, apenas serve para semear confusão e afastar os cidadãos do que verdadeiramente importa.

É tempo, portanto, de olhar para o caminho que queremos seguir — com lucidez e responsabilidade.

Nestes últimos onze meses, o governo demonstrou capacidade de trabalho e concretizou medidas importantes. Destaco, em particular, o foco na juventude: os incentivos à habitação e o IRS jovem são sinais claros de um compromisso com o futuro. É uma governação que escutou os anseios das novas gerações e procurou dar respostas concretas, mostrando que vale a pena viver e construir uma vida em Portugal.

Num ano marcado por desafios económicos, o governo reforçou o seu compromisso com os mais vulneráveis, promovendo aumentos significativos nas pensões mínimas e no Complemento Solidário para Idosos (CSI). O valor de referência do CSI foi atualizado e permitiu aliviar a pressão sobre milhares de idosos com baixos rendimentos. Ao mesmo tempo, foram eliminados obstáculos burocráticos que dificultavam o acesso a este apoio, alargando o número de beneficiários e garantindo maior justiça social.

Claro que muito há ainda por fazer. Mas não podemos ignorar que este foi um governo minoritário, travado várias vezes por coligações negativas no Parlamento. Mesmo assim, demonstrou vontade de avançar, de arriscar, e de transformar o país.

Cabe agora aos portugueses avaliar este percurso. Estamos melhor do que há onze meses? Foram tomadas medidas para resolver os principais problemas do país? A economia deu sinais positivos? As carreiras foram valorizadas? Essas são as perguntas certas neste momento de escolha.

Mais do que tudo, importa reforçar uma ideia: devemos ir a votos sempre que for necessário, sem receio. A democracia faz-se assim — com participação, com debate, com escolhas conscientes. Ignorar este caminho é abrir espaço a discursos demagógicos e sectários que ameaçam os valores fundamentais que construímos ao longo das últimas décadas.

Que o dia 18 de maio seja um momento de afirmação democrática. Cabe-nos a todos escolher com clareza, com coragem e com esperança.

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