Viana do Castelo saiu à rua por uma “Palestina Livre”

Cerca de 40 cidadãos juntaram-se à jornada nacional da solidariedade “Palestina Livre! Paz no Médio Oriente”, que decorre em vários distritos do país, “pelo fim genocídio do povo palestiniano, um cessar-fogo permanente e para que se abra caminho à criação de um Estado livre e independente”. 

Micaela Barbosa
10 Out. 2024 4 mins

“Paz sim, guerra não” foi um dos vários slogans que se fizeram ouvir nas ruas de Viana do Castelo. “Esta é uma iniciativa de solidariedade para com a Palestina com um povo massacrado. Israel está a praticar genocídio na faixa de Gaza”, disse Ilda Figueiredo, presidente do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), recordando que, em 12 meses, “já foram mortas mais de 42 mil pessoas, das quais 17 mil crianças”. “Destruíram hospitais, universidades, escolas, casas e tudo”, lamentou, criticando ainda o que está a acontecer no Líbano. “A guerra está se alastrando em todo o Médio Oriente e, por isso, precisamos de denunciar que a paz é essencial e que o massacre e o genocídio tem de acabar urgentemente”, alertou, atirando: “É necessário reconhecer o estado da Palestina. O governo português já o deveria ter feito há mais tempo”. 

No meio das várias bandeiras da Palestina e cartazes a apelar ao “fim à ocupação, liberdade e independência”, o Notícias de Viana conversou com Adriana Temporão, militante do Bloco de Esquerda, e Cláudia Marinho, vereadora da CDU. “Estou a marcar presença a título individual para defender a Palestina e o fim do genocídio. É um massacre com muito tempo e, ultimamente, exacerbado com milhares e milhares de pessoas mortas e deslocadas”, esclareceu Adriana, frisando que estas ações demonstram a “indignação” face ao que se passa no mundo. “Vim como cidadã e, principalmente, como defensora dos direitos humanos. Eu acredito na libertação da Palestina”, disse Cláudia Marinho, considerando que “ainda há pouca mobilização para esta causa”, que é “importante” e diz respeito “à liberdade das pessoas, à liberdade de expressão e, sobretudo, à liberdade da paz e da vida humana”. “Não há uma vida humana que valha mais do que outra porque somos todos iguais. Somos todos importantes”, acrescentou.

Já Helena Pimenta reforçou a necessidade da “mobilização” pela luta pela paz no Médio Oriente. “Ao longo do ano, temos estado na rua a exigir a paz, a denunciar o massacre em Gaza, a ocupação e os bombardeamentos que Israel continua a fazer na Palestina, apesar das denúncias, das decisões da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Tribunal Internacional de Justiça”, referiu, defendendo que “os vários Estados têm de tomar uma posição” face ao genocídio do povo palestino. “Ainda há muita coisa para se fazer pela paz. é um trabalho que tem de ser feito diariamente”, 

A iniciativa, que teve início no Jardim de D. Fernando e terminou na Estação da CP, foi organizada pelo CPPC, Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) e Projeto Ruído.

Desde o ataque do Hamas em 2023, os acontecimentos no Médio Oriente ficaram fora de controlo, com Israel a travar agora uma guerra em sete frentes que ameaça dominar o Médio Oriente.

A operação militar israelita, que começou a 07 de outubro de 2023 e se transformou numa guerra total, devastou a Faixa de Gaza e matou mais de 41 mil pessoas.

O conflito espalhou-se para além das fronteiras de Gaza, inflamando a hostilidade de longa data entre Israel e o grupo libanês Hezbollah e abrindo uma nova frente no Líbano. 

Segundo o relatório da ONU, “90% da população de Gaza foi deslocada e a maioria vive em condições subumanas, entre montanhas de lixo e água de esgoto, em grande parte devido ao bloqueio que Israel impõe à entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza”. “Além disso, uma centena de reféns permanece nas mãos do Hamas, embora o exército israelense acredite que um terço deles pode ter morrido”, lê-se numa notícia da BBC News. 

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