A Câmara Municipal de Valença aprovou o orçamento municipal e as Grandes Opções do Plano para 2026, no valor global de 39,8 milhões de euros. O documento foi viabilizado com cinco votos favoráveis da maioria socialista e duas abstenções do PSD, que considera o orçamento “pouco ambicioso” em áreas estratégicas para o concelho.
Para o executivo do PS, liderado por José Manuel Carpinteira, a aprovação do orçamento representa “um momento histórico” e assinala “uma nova etapa de consolidação do projeto de transformação económica, social e cultural iniciado em 2021”.
Em comunicado, a maioria socialista sublinha que o documento se afirma como um instrumento de estabilidade, proteção das famílias e promoção do desenvolvimento sustentável de Valença.
O orçamento para 2026 prioriza investimentos estruturantes em áreas como a educação, saúde, habitação, ação social, desenvolvimento económico, cultura, ambiente, mobilidade e ordenamento do território. Entre os principais projetos previstos estão a requalificação e ampliação do Centro de Saúde de Valença, o reforço das respostas habitacionais ao abrigo do programa 1.º Direito, a modernização da rede escolar, incluindo a escola sede, e a construção de uma nova creche. Estão ainda previstas intervenções de regeneração urbana, a ampliação da rede de saneamento básico e a requalificação da Piscina Municipal e do Cineteatro.
O executivo destaca também a aposta na dinamização do tecido económico e comercial, na valorização cultural e associativa e no reforço da coesão social e territorial, sublinhando o papel das juntas de freguesia como agentes estratégicos no desenvolvimento do concelho.
No plano fiscal, o orçamento mantém uma política considerada favorável às famílias e empresas, com o IMI nos valores mínimos, a aplicação do IMI Familiar, a devolução de 5% do IRS e uma derrama reduzida, medidas que, segundo a maioria, visam aliviar a carga fiscal e reforçar a competitividade económica local.
Já o PSD considera “preocupante” a transferência de vários investimentos inicialmente previstos para 2025 para 2026, entendendo que essa opção volta a colocar em causa a “capacidade do executivo” para concretizar as propostas anunciadas.
Para os dois vereadores social-democratas, o documento revela ainda um caráter “discriminatório” no apoio às coletividades, ao beneficiar apenas “uma parte” do movimento associativo local.
A abstenção do PSD é, segundo os eleitos, “um sinal de alerta e de responsabilidade”, refletindo abertura ao diálogo e à melhoria das opções orçamentais, mas também a exigência de “maior rigor na execução”, “maior equilíbrio na distribuição de verbas” e um “compromisso real” entre o que é anunciado e o que é concretizado.
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