ULSAM quer reduzir pressão nas urgências

A partir do dia 14 de novembro, as urgências da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) só vão receber doentes referenciados pelo SNS 24 (808 24 24 24). A informação foi avançada pelo presidente do Conselho de Administração, que deu ainda nota da disponibilização de 1.800 consultas semanais para reduzir, em pelos 10%, as admissões nos três serviços de urgência.

Micaela Barbosa
11 Nov. 2024 3 mins
Médicos da ULSAM já aderiram à dedicação plena

Em causa está o projeto “Ligue antes, salve vidas”, já implementado noutras ULS do país. O objetivo primordial é “reservar os serviços de urgência para doentes, efetivamente urgentes e reservar a capacidade instalada para esses doentes”. “A grande diferença, em relação ao que já acontecia com a linha SNS24, é que vai ser possível encaminhar os utentes para uma unidade de cuidados de saúde primários, com marcação de consulta na agenda dessa unidade”, explicou o presidente da ULSAM, João Porfírio Oliveira.

O projeto entrará em funcionamento nos serviços de urgência médico cirúrgica, em Viana do Castelo, e nos dois serviços de urgência básica em Monção e Ponte de Lima, bem como na urgência pediátrica.

O objetivo é levar as pessoas a ligar para o número 808 24 24 24 antes de se dirigirem ao hospital e, conforme os casos, serão orientados para auto cuidados, consulta no centro de saúde, ou encaminhados para o serviço de urgência, “num prazo de 24 horas, no máximo”.

Para iniciar o novo sistema de atendimento, a ULSAM vai disponibilizar 1.800 consultas por semana, agendadas quer através do SNS24 quer dos serviços de urgência, acrescem às consultas abertas que já existem nos centros de saúde. “O objetivo é reduzir em 10% admissões nos três serviços de urgência do distrito (Viana do Castelo, Monção e Ponte de Lima)”, sublinhou.

A diretora do serviço de urgência da ULSAM, Soraia Oliveira, sublinhou que, atualmente, “os doentes triados com pulseira branca, azul ou verde representam 43% do total de admissões no serviço de urgência do hospital de Santa Luzia e 51% na urgência pediátrica”.

No serviço de urgência básica de Ponte de Lima a percentagem é de 52% e em Monção chega 61%. “Ninguém ficará sem atendimento”, frisou Soraia Oliveira, sublinhado que o objetivo é “orientar os doentes para os cuidados necessários e otimizar a resposta nos serviços de urgência”. “A procura elevada por utentes que não tem critérios de urgência contribui para a sobrecarga dos serviços e afeta a capacidade de resposta aos casos realmente graves. O que se pretende é melhorar a eficácia e eficiência do atendimento e reduzir o tempo de espera é o objetivo”, realçou.

A responsável relembrou ainda que “qualquer pessoa com sintomas de situações potencialmente graves, como suspeita de AVC, enfartes, vítimas graves de acidente devem continuar a ligar o 112”. “Os utentes que entrem na urgência sem referenciação, serão apoiados pelos profissionais de saúde que os orientarão na chamada para a linha SNS24, sendo que, em breve, serão instalados nos serviços de urgência telefones que irão facilitar esse contacto”, disse.

Já o diretor clínico dos cuidados primários de Saúde, José Manuel Cunha, realçou que o projeto “não é estanque e que, em uma semana, é possível aumentar ou diminuir o número de consultas reservadas [1.800]”, garantindo que as equipas dos cuidados primários “estão preparadas e motivadas”.

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