A Tuna Veteranos Viana Castelo vai celebrar, no dia 30 de setembro, pelas 21h00, o 20º aniversário, com um espetáculo no Teatro Municipal Sá de Miranda. O cartaz foi apresentado no espaço multifuncional, criativo e cultural "Amadeus Music Center" pela madrinha, Flora Silva.
Dos cerca de 40 elementos, fazem parte Sérgio Alves, de 34 anos, e Diogo Amaro, de 36. São de Viana do Castelo e tocam bandolim. Profissionalmente, um trabalha na área das ciências da comunicação e o outro é engenheiro mecânico. “Um amigo, que já era membro da Tuna, convidou-me a experimentar um ensaio porque conhecia a minha ligação com a música”, começou por contar Sérgio, salientando que foi recebido de braços abertos. “Hoje, é o gosto pela música que me leva a não faltar a um ensaio”, disse, enaltecendo o espírito de camaradagem. “Participei na tocata da Romaria de Nossa Senhora d’Agonia e em outras atuações, mas esta atuação a propósito do nosso aniversário, tem outro sabor, até pela importância do palco Sá de Miranda, em Viana do Castelo”, confidenciou, admitindo entre risos: “A minha expectativa é não me enganar muito, porque estou cá há pouco tempo. E que venham outros 20 anos comigo cá.” “O balanço destes oito meses de Tuna é muito positivo. O espírito dos meus colegas é incrível. Somos uma família”, afirmou Diogo Amaro, confidenciando, entre risos, que a expectativa do 20º aniversário é também não se enganar. “Toquei guitarra e agora toco bandolim”, contou, enaltecendo as trocas de experiências entre gerações. “Os mais velhos contam as suas histórias académicas, e é muito engraçado ver que, afinal, não somos assim tão diferentes”, admitiu.
Jorge Silva, mais conhecido por “Jorge avô”, é um dos fundadores da Tuna. É de Viana do Castelo e, aos 50 anos, licenciou-se em Relações Públicas na Universidade Fernando Pessoa, em Ponte de Lima. “É um balanço muito positivo. É claro que há coisas que acontecem pelo caminho, mas eles fazem o favor de me tratar nas palminhas e de gozar comigo. No entanto, sei que eles sabem que gosto muito deles, e eles de mim”, referiu, contando que toca viola. “Escrevo músicas e, por vezes, também faço algum barulho (canto)”, acrescentou entre risos, salientando que a Tuna tem crescido, não só em número como em qualidade. “Recentemente entrou muita gente nova que sabe de música e, portanto, a tuna tem pernas para andar e percorrer o bom caminho da boa música, da amizade e da confraternização”, enalteceu.
Apesar de a idade o condicionar fisicamente, o músico tenta estar sempre presente nos ensaios. “Quem corre por gosto, não cansa”, garantiu, recordando os primeiros ensaios nos Capitães de Abril. “Mais tarde, andámos a saltar de um sítio para o outro, até encontrar uns parceiros de excelência. Com todo o carinho, o Grupo Etnográfico de Areosa cedeu-nos o seu espaço para guardarmos as coisas e trabalharmos nos nossos projetos”, salientou.
Já Amadeu Palhares começou como parceiro, mas, há quase dois anos, integrou a Tuna enquanto guitarrista. “Enquanto elemento da Sociedade de Instrução e Recreio Darquense
(SIRD), constatámos, a Sociedade e eu, que a Tuna tinha dificuldade em encontrar um local de ensaio e, por isso, convidámo-la a ensaiar dentro do nosso edifício, e era espetacular. Os arranjos, a beleza harmónica e o resultado coletivo como músicos, era impressionante. Ou seja, percebi que havia ali um trabalho sério”, recordou, contando que adiou a sua entrada apesar das muitas insistências de alguns elementos. “Tem sido um ano e meio espetacular. Aconselho a qualquer um encontrar um grupo destes. É tudo uma brincadeira. Somos um grupo de pessoas diferentes, mas que, coletivamente, funciona muito bem, porque há um equilíbrio entre o objetivo musical e a cumplicidade. Não há grupos. Somos todos um só”, salientou, confidenciando a ansiedade pelos dias dos ensaios.
A apresentação do espetáculo aconteceu no edifício da sua empresa. “É um privilégio receber os meus amigos conterrâneos”, assegurou, desejando a continuação da convivência saudável e a vontade de fazer mais e melhor.
Flora Silva não vai conseguir estar no espetáculo e, por isso, não quis faltar à sua apresentação. “É um imenso orgulho e alegria, como madrinha, verificar que eles nasceram no rescaldo da saudade académica. E que, com o seu entusiasmo, construíram um projeto coerente que perdura, ao fim de 20 anos. Isto é uma raridade”, considerou, frisando que mantém viva a cultura vianense. “Eles são muito exigentes com eles próprios. Têm muito cuidado na pesquisa musical e um requintado gosto nos arranjos musicais que fazem, levando a nossa cultura com alegria e espontaneidade a todo o Portugal”, afirmou, salientando a sua solidariedade e sentido de humor. “Ao longo destes anos todos, eles conseguiram cultivar a amizade que une este projeto e, por isso, acredito que vão passar mais 20, 30 e 40 anos”, concluiu.
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