A Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) quer estender as consultas de saúde oral em Arcos de Valdevez, Valença e Viana do Castelo. A informação foi avançada pelo pelo presidente do Conselho de Administração (CA) da ULS do Alto Minho, durante a inauguração da nova Unidade de Saúde da Meadela, em Viana do Castelo, que deu ainda nota do início do funcionamento daquela especialidade na Unidade de Saúde de Paredes de Coura.
A nova Unidade de Saúde Familiar (USF) da Meadela, em Viana do Castelo, vai disponibilizar “a muito curto prazo”, serviço de juntas médicas, estando a ser estudada pela administração da ULSAM a disponibilidade, no mesmo espaço, de consultas de saúde oral. “Gostávamos de ter e começamos já a analisar a possibilidade de ter aqui também saúde oral, que é uma das áreas que desde o início que este Conselho de Administração definiu como estratégico, dotar de saúde oral grande parte dos concelhos deste distrito”, disse João Porfírio de Oliveira, adiantando que, entre esta e a próxima semana, as consultas de saúde oral chegarão ao Centro de Saúde de Arcos de Valdevez e a Valença, “onde está a ser instalada também a cadeira e equipamentos necessários para isso”. “Os recursos já estão acautelados para começar, logo que seja possível, mas queremos ir mais longe. Queremos ir também aos concelhos mais afastados com colocação de saúde oral e para isso precisamos também do apoio das autarquias para nos permitir, de uma forma mais acelerada, cumprir esse desígnio”, salientou.
No que toca à descentralização de serviços de saúde, o presidente do Conselho de Administração referiu que a ULS do Alto Minho vai também apostar na instalação num dos pisos do edifício da antiga Unidade de Saúde 1º de maio, na cidade de Viana do Castelo (serviço a partir de agora a funcionar na Meadela), de cuidados de saúde hospitalares. “Tivemos uma captação muito interessante de médicos de cuidados de saúde hospitalares e, neste momento, temos dificuldade em dar-lhes gabinetes para eles fazerem consultas. Por isso, esta movimentação também nos vai permitir colocar lá especialidades médicas e fazer uma realocação, por exemplo, da farmácia hospitalar, que neste momento está em más condições, no meio de uma zona técnica, com as pessoas a serem atendidas no meio de um corredor técnico”, acrescentou.
A USF da Meadela entrou em funcionamento a 3 de setembro e representou um investimento de 3,4 milhões de euros, numa parceria efetuada através de um protocolo de colaboração estabelecido entre a Câmara de Viana do Castelo e a ULSAM.
O novo edifício passou a acolher a USF Tiago de Almeida, anteriormente situada na Praça 1.º de Maio, no centro da cidade, e serve cerca de 10 mil utentes, sendo que 80% destes pertencem à Meadela e à Areosa.
A empreitada foi financiada pelo Programa Operacional da Região Norte – Norte 2020 com 2,2 milhões de euros, tendo a Câmara Municipal assumido os 1,2 milhões de euros da componente nacional.
“As unidades hospitalares estão a precisar de muitas obras de adaptação e melhoria”
Na inauguração, o presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Luís Nobre, destacou o “acolhimento humanizado” que é promovido pela nova USF e defendeu que a ULSAM “necessita de infraestruturas, de atualização dos equipamentos”. “Quero pedir aos deputados (José Maria Costa e Marina Gonçalves – PS e Emília Cerqueira – PSD) que levem a mensagem de disponibilidade dos municípios do Alto Minho e, em particular, da Câmara de Viana do Castelo de contribuírem de forma efetiva para a consolidação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no nosso espaço territorial”, afirmou, sublinhando que os municípios da região têm “consciência que estão a fazer muito, mas que muito ainda há para fazer”.
De acordo com o autarca, no concelho de Viana do Castelo, “as situações emergentes que precisam de intervenção são os centros de saúde de Darque”, onde entrou em funcionamento a USF Foz do Lima que passou a garantir médicos de família a todos os utentes (26.560), e o de Barroselas.
Luís Nobre assegurou ainda que, em breve, será lançada a primeira pedra da construção da futura USF de Alvarães, em parceria com a ULSAM, numa empreitada de 2,6 milhões de euros.
Em declarações aos jornalistas, no final da inauguração, também João Porfírio Oliveira referiu que “as unidades hospitalares estão a precisar de muitas obras de adaptação e melhoria, bem como alguns centros de saúde”, sublinhando a “necessidade de reforçar” o investimento no Alto Minho. “No centro de saúde de Darque, é preciso remodelar o exterior do edifício, que está em más condições, com algumas infiltrações e, no interior, criar mais gabinetes médicos”, especificou, revelando que os “melhoramentos estão previstos num projeto elaborado pela Câmara de Viana do Castelo que será financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”.
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