Trabalhadores da Transcunha em Viana do Castelo ponderam greve na transição dos transportes urbanos

Os 23 motoristas e quatro administrativos estão a considerar a realização de uma greve de três dias. A paralisação visa pressionar a Câmara Municipal a garantir a sua integração no novo serviço de transportes urbanos, cuja gestão será assumida pelo município a partir de setembro.

Notícias de Viana
30 Jun. 2025 2 mins

A possibilidade de greve foi anunciada durante uma manifestação em frente à Câmara Municipal, onde os trabalhadores e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN), José Manuel Silva, foram recebidos pelo presidente da autarquia, Luís Nobre.

Segundo José Manuel Silva a decisão “está nas mãos dos trabalhadores” e explicou que o principal motivo da reivindicação é a transferência para a Câmara com “todas as regalias e anos de serviço na empresa”. 

O sindicalista criticou a “guerra entre a empresa e a Câmara”, que considera a principal causa da situação precária em que se encontram os profissionais, muitos com décadas de serviço na Transcunha. “O Tribunal de Trabalho já declarou improcedente a ação da Transcunha para impedir a transferência, mas a empresa recorreu da decisão. Se o tribunal der razão à Transcunha, os trabalhadores serão admitidos com todos os direitos. Caso contrário, podem ficar na empresa até o final da concessão, ou serem indemnizados e passarem para o fundo de desemprego”, explicou.

A Câmara solicitou pareceres à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), à Autoridade de Mobilidade e Transportes (AMT) e à Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), todas entidades que rejeitaram a internalização dos motoristas pela autarquia. “Não há obrigação da Câmara em aceitar os trabalhadores da Transcunha porque é a própria Câmara que vai assumir o serviço, e não uma empresa municipalizada”, esclareceu o sindicalista.

Por sua vez, o presidente Luís Nobre considerou o encontro “positivo” e garantiu que a Câmara “está a cumprir a legalidade” no processo. “Já temos cerca de 30 motoristas, mas precisaremos de mais. Abri um canal de diálogo franco e leal com os representantes dos trabalhadores e aconselhei-os a concorrerem aos procedimentos que serão lançados”, afirmou, garantindo não existir “nenhuma ação persecutória” contra os atuais profissionais.

A decisão sobre a realização da greve será tomada pelos trabalhadores numa reunião plenária que, caso venha a avançar, marcará um momento crucial nas negociações entre a Câmara, a Transcunha e os trabalhadores.

c/Lusa

Tags Política

Em Destaque

Notícias atuais e relevantes que definem a atualidade e a nossa sociedade.

Opinião

Espaço de opinião para reflexões e debates que exploram análises e pontos de vista variados.

Explore outras categorias