Tempestade de gratidão enche Sé de Viana

A celebração do Dia da Diocese ficou marcada pela entronização da imagem de Nª Sra. da Peneda na Catedral, por uma homenagem a Mons. Sebastião Ferreira, mas, também, por um conjunto de atividades, sob o tema "O pós-JMJ Lisboa 2023: 'Maria levantou-se e …'", promovidas pelo Secretariado da Pastoral Juvenil. 

Notícias de Viana
9 Nov. 2023 7 mins
Tempestade de gratidão enche Sé de Viana

Celine Borges, Leonardo Correia, Gonçalo Lima, Joana Sá e Leonor Queirós participaram na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que decorreu em Lisboa, e são cinco dos cerca de 200 jovens que marcaram presença no pós-JMJ.

Do Arciprestado de Vila Nova de Cerveira, Celine Borges e Leonardo Correia descrevem a JMJ como uma experiência “marcante”. “Na Jornada (Missa de envio), lembro-me de o Papa Francisco ter dito a frase “Não tenham medo”. Estou a levar esta frase para a minha vida, pois agora estou numa nova fase em que tudo parece medo”, confidenciou Celine, referindo-se ao ensino secundário. “A amizade e o companheirismo que aqui se vivem são sinais de que a JMJ deu frutos”, salientou Leonardo. 

Os dois jovens enalteceram ainda a atividade promovida pela Pastoral Juvenil. “Foi um bom convívio e tive a oportunidade de conhecer mais pessoas”, confirmou Leonardo. “Gostei das palavras do D. João e do professor José Luís. Foi interessante eles terem mencionado que o nosso mundo está ‘estragado’, que é uma realidade a que muitos já estão a habituar-se, o que acho que não é correto. Devíamos prestar mais atenção a essas coisas”, especificou Celine. 

Com 16 anos, Gonçalo Lima veio do Arciprestado de Caminha e acha que “a JMJ superou as expectativas”. “O pós- -JMJ permitiu voltar a rever os jovens que participaram na JMJ, em Lisboa”, considerou, destacando a criação de laços de amizade no evento. 

Joana Sá, do Arciprestado de Ponte de Lima, disse que a JMJ, embora tenha tido altos e baixos, correu “bem”. “Devíamos colaborar mais uns com os outros, principalmente, com as outras Paróquias”, afirmou, acrescentando: “O que me está a marcar nesta atividade é o convívio e o poder conhecer novas pessoas”. 

Já Leonor Queirós, do Arciprestado de Viana do Castelo, descreveu a JMJ como “incrível e inesquecível”. “Gostei do Escape-room. Foi bastante interessante podermos trabalhar em equipa, desenvolvendo técnicas para resolver problemas”, especificou sobre o evento. 

O momento de formação contou com a participação do professor José Luís Ponte, que relembrou e apelou à participação dos jovens nas jornadas diocesanas que se iniciam no próximo dia 18 de novembro, e do Bispo diocesano, D. João Lavrador, que foi questionado por uma jovem sobre a razão pela qual é Bispo. “Eu estava habituado a ser chamado padre e, quando fui nomeado, tudo foi muito diferente. Não pedi nada. Fui sempre convidado. Só tinha pedido para ser padre e, a partir daí, foi uma descoberta”, respondeu, incentivando: “Procurem descobrir bem o vosso futuro. Provoquem os vossos Párocos, inclusive a mim. Se forem padres, religiosas, religiosos ou consagrados, sejam sempre alicerçados no amor.” 

O evento ficou, ainda, assinalado com a celebração na Sé Catedral, que ficou marcada com a entronização da imagem de Nª Sra. da Peneda e uma homenagem a Mons. Sebastião Ferreira, Vigário geral emérito.

Na homilia, o prelado desafiou a Igreja diocesana “a olhar para o futuro com esperança e alegria” e “a deixar transformar-se renovadamente no coração, oferecendo ao mundo de hoje um testemunho evangélico credível”. “Somos uma comunidade de irmãos”, afirmou várias vezes, enaltecendo o papel dos jovens na Igreja, na sociedade e na cultura. 

D. João Lavrador falou, ainda, da Semana dos Seminários, descrevendo-os como “promotores de vocações”. “Encontrem-se com o Senhor e, perante Ele, escolham o vosso futuro”, apelou. No final da Eucaristia, o grupo Kalhambeke atuou no pavilhão do Seminário Diocesano. 

“Os jovens da diocese sentem-se chamados e são ativos missionários nas suas comunidades”. 

Apesar de algumas condicionantes, como o tempo de chuva e o facto de ser um domingo (jovens estudantes e muitos deles universitários), a equipa do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil fez um balanço “muito positivo” uma vez que participaram 220 jovens de oito dos dez Arciprestados. “Constatamos que tudo fluiu com a maior das normalidades, sem atropelos, com serenidade, muita alegria e entusiasmo, e claro com muitas gargalhadas à mistura que contagiavam”, salientou Vera Fernandes, diretora do Secretariado, agradecendo o trabalho desenvolvido pelas Equipas Arciprestais e Paroquiais, pelo Seminário Diocesano e pelo Grupo de Acólitos S. Paulo da Cruz (GASPC ), que ficou encarregue pelo Escape Room. 

Sobre os ecos da JMJ nos vários grupos de jovens, a responsável defende que este evento cria vivências e experiências de fé, de partilha, de oração, de reflexão e de união nos jovens. Momentos “diferentes” daqueles que vivem nas suas comunidades paroquiais. “Eles vêm enriquecidos, revigorados para tornar as suas/nossas igrejas mais jovens, mais vivas, mais alegres, sem se distanciarem da centralidade da palavra, do Evangelho, da pessoa – Jesus Cristo. São pensadores natos e preocupados com questões sociais e ambientais”, considerou, especificando: “Isso foi possível constatar neste evento, quer no decorrer das atividades mais lúdicas, quer pela escuta atenta e reflexão à apresentação da conferência ‘Quem é o teu próximo’, proferida pelo professor José Luis Ponte, presidente da Comissão Diocesana de Justiça e Paz, e às palavras do Bispo (no encontro que teve com eles de manhã e nas palavras que a eles proferiu na eucaristia, na parte da tarde).” 

Vera Fernandes assegura ainda que “os jovens da diocese sentem-se chamados e são ativos missionários nas suas comunidades”. “A nossa primeira inquietação era perceber e recolher informações sobre como decorreu a JMJ Lisboa 2023, quais as realidades/ preocupações que encontram nos jovens / grupos de jovens e quais as sugestões futuras de atuação, junto daqueles que diretamente trabalharam/trabalham com os jovens (como as equipas arciprestais, os movimentos juvenis e os secretariados diocesanos)”, explicou, contando que registaram “inúmeras” situações e delinearam um plano de 2023/2024 a 2027/2028, no qual foram distribuídas atividades que “proporcionem aos jovens um crescimento de valores cristãos, sociais e a partir dos pilares catequéticos ou do método Ver-Julgar-Agir: Experiência Humana (VER – olhar a realidade), Anúncio da Palavra (JULGAR – interpretar à luz da palavra) e Expressão de Fé (AGIR – atuar na comunidade)”. 

Dentro do plano, o Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil vai promover encontros mensais (no 1º fim de semana) alternados entre Encontros Arciprestais, Encontros Paroquiais e Encontros Diocesanos; a Formação Prática para Animadores de Grupos, o Acampamento Diocesano Juvenil (2ª semana de julho), as Peregrinações a Taizé e os Encontros Europeus de Taizé, o Jubileu dos Jovens – no âmbito do Jubileu de 2025 «Peregrinos de esperança» (Roma, 2025), a JMJ Seul (2027) e o 50º aniversário da diocese (2027). “Queremos, ainda, desafiar os jovens a criarem o Hino Jotas de Viana, regulamento a sair em inícios de 2024, e incentivar as Equipas Arciprestais a organizarem Peregrinações a Santiago de Compostela (com enfoque arciprestal)”, apontou Vera Fernandes, frisando que “todas estas propostas serão trabalhadas e desenvolvidas em estreita colaboração entre o Secretariado e as equipas arciprestais, os movimentos juvenis e os secretariados diocesanos”. “Além destas propostas diocesanas, serão divulgadas as atividades promovidas pelo Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ)”, acrescentou.

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