Decorreram em Fátima, entre os dias 23 e 24 de outubro, as Jornadas Nacionais de Catequistas subordinadas ao tema: “Sinodalidade e Catequese”, reunindo cerca de 500 catequistas de todo o país, um número ainda limitado, mas que observou todas as orientações da DGS para este tipo de encontros. “A sinodalidade que buscamos, como Igreja e neste ministério, que é o de ser catequista, passa por estarmos despertos para a escuta ativa de cada um, para nos colocarmos a passo com a Igreja, como nos pede o Papa Francisco”, afirmou a Ir. Arminda Faustino, Coordenadora Nacional da Catequese do Secretariado Nacional da Educação Cristã.
D. António Moiteiro, Bispo de Aveiro e presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF), abriu os trabalhos, dissertando sobre o tema “A Catequese: primeiro anúncio na família e na comunidade cristã”. A dado passo declarou que “a catequese deve ajudar a desenvolver um caminho cristão em que a identificação com Jesus precisa de ser traduzida em obras concretas de amor.”
O Pe. Tiago Freitas, da Arquidiocese de Braga, refletiu sobre “A Sinodalidade na ação evangelizadora da Igreja”, que a deve conduzir a uma “mudança de mentalidade na ação” pastoral e na própria ideia do ser Igreja: “Só o ato de estarmos a pensar em alguma coisa, tem a capacidade de nos transformar como cristãos, para que possa nascer um novo estilo de ser cristão.”
À tarde, o Cón. Luís Rodrigues, Professor da Universidade Católica Portuguesa, apresentou “A cultura digital e o desafio evangelizador para as comunidades cristãs”, aconselhando a que “Não sejamos ingénuos; a utilização dos recursos digitais para a evangelização exige ter em atenção as suas potencialidades e limites e utilizá-los da maneira devida”, apelando para que “não se olhe para os novos media e a cultura que originam como ‘simples recursos’, mas percebê-los como ambiente que lança à pastoral muitos desafios.”
O dia terminou com o Pe. Manuel Queirós, da Diocese de Vila Real, que se referiu ao tema “O Diretório para a Catequese: desafios à sinodalidade na catequese”. Durante a sua alocução, sublinhou que “Ao catequista cabe hoje, mais do que ensinar, ser interlocutor, acolher. Na catequese dá-se o encontro entre o Evangelho e a vida quotidiana e, por isso, a catequese deve privilegiar a relação entre as pessoas, procurando fazer caminho com o outro, aceitando a pergunta, mais do que formular respostas. A catequese vai ao ritmo dos últimos e não dos primeiros.”
Na manhã de Domingo, “Catequista, discípulo e construtor de comunidade: desafios para uma pedagogia sinodal” foi o tema desenvolvido por Isabel Oliveira e pelo Pe. Diogo Pereira, da Diocese do Porto. Entre outras afirmações, “o catequista é um elo de ligação, é uma ponte entre Cristo e os que estão consigo, mas é também uma ponte entre os que estão consigo e a comunidade. É esta ponte que torna possível, para muitos, os primeiros contactos com a comunidade cristã, com uma vida de oração e de interioridade. É uma porta de entrada na vida da fé.”
Momento alto das Jornadas foi o protagonizado por D. António Moiteiro. ao dar a conhecer o documento preparatório para o “Itinerário de iniciação à vida cristã com as famílias, com as crianças e com os adolescentes”, criado em “sinodalidade”, e que vai marcar os trabalhos da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa em novembro: “Trata-se de um itinerário, uma viagem, um caminho a percorrer. Não é algo acabado. É um rumo e não uma meta, pois entendemos que a catequese deve iniciar processos para que a mudança de vida aconteça.”
As Jornadas Nacionais de Catequistas 2021 terminaram com a celebração da Eucaristia presidida por D. Manuel Pelino, Bispo Emérito de Santarém e Vogal da CEECDF.
Fotografia: Diocese Leiria-Fátima
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