A VianaFestas abriu 76 novas vagas para o Desfile da Mordomia das Festas da Senhora d’Agonia, em Viana do Castelo, depois de ter recebido pedidos de mulheres que não conseguiram inscrever-se no prazo inicial. A organização acusa, no entanto, a existência de um “aproveitamento político inadmissível” em torno do tema.
As vagas agora disponibilizadas destinam-se especificamente às mulheres que contactaram diretamente a organização após o fecho das inscrições. A decisão foi tomada pela VianaFestas, que insiste que todo o processo foi “amplamente publicitado” e que o limite de mil inscrições foi definido para garantir “a organização, a duração do desfile, a segurança e a dignidade na participação”.
A polémica ganhou dimensão depois de o movimento Somos Todas Mordomia ter vindo a público apelar à inclusão das mulheres vianenses que sempre participaram no desfile. “A Romaria d’Agonia não é um espetáculo de vaidades nem um palco de influências. É, acima de tudo, um ato de pertença, memória e continuidade cultural”, defendeu o grupo, num comunicado.
O movimento considera que a festa, “sem estas mulheres, a tradição perde alma, raízes e verdade”. Por isso, pede que já em 2025 “seja assegurada a inclusão das mulheres da terra que, com orgulho e autenticidade, desejam continuar a representar a sua terra”.
Em resposta, a organização afirma que tem sido alvo de críticas injustas e aponta o dedo a um alegado aproveitamento político, “de pendor extremista, que utiliza as redes sociais para disseminar mentiras, deturpar os factos e instigar ao ressentimento e ao ódio”.
Com eleições autárquicas marcadas para daqui a dois meses, a VianaFestas acredita que os ataques visam “desinformar e manipular as pessoas e o natural sentimento de pertença à festa, que é de facto de todos, mas que tem organização”.
Fotografia: Romaria d’ Agonia
c/ Lusa
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