Nos últimos meses, muitos portugueses têm sido alvo de chamadas telefónicas suspeitas. Em algumas, ninguém fala, noutras, o interlocutor finge representar bancos, correios ou operadoras de telecomunicações. O número que surge no ecrã aparenta ser legítimo, mas isso não significa que o seja. Estas chamadas não são simples contactos comerciais: tratam-se de tentativas de burla.
Este tipo de esquema recorre a uma técnica conhecida como “spoofing”, através da qual os burlões conseguem fazer chamadas que falsificam o número que aparece no ecrã. Esse número pode até pertencer, de forma legítima, a uma pessoa comum e completamente alheia à situação e, por coincidência, pode até ser um contacto que a vítima conhece.
Noutras situações, o número é inventado, parece autêntico, mas na realidade nem sequer está atribuído. Se a vítima tentar devolver a chamada, poderá ouvir a mensagem: “número não atribuído”. Tudo isto é propositado. O objetivo é criar uma sensação de confiança para facilitar a burla.
As chamadas atendidas em que ninguém responde do outro lado (as chamadas “mudas”), são parte do esquema. Servem apenas para testar se o número está ativo.
Se atender, está a confirmar ao sistema que aquele contacto é válido.
Mais tarde, poderá receber uma chamada com uma burla bem montada, agora com base na confirmação de que alguém atende.
Embora a responsabilidade individual seja importante, a verdade é que os cidadãos não podem combater sozinhos este tipo de práticas. A ANACOM, o Governo e as operadoras de telecomunicações devem assumir um papel mais ativo e implementar medidas concretas para travar estes esquemas.
Estas chamadas são frequentes, sofisticadas e afetam especialmente as pessoas mais vulneráveis.
A melhor forma de se proteger é manter-se informado, não agir sob pressão, e desligar sempre que houver dúvidas.
Não confie, não partilhe dados e não tenha receio de desligar.
A todos um Bom Natal e um Feliz 2026!
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