“Procurámos envolver todos, e mais até do que aqueles que iriam a uma celebração religiosa”

A Pastoral Juvenil do Arciprestado de Caminha promoveu, juntamente com todas as suas Paróquias, um Sarau Cultural, em que estiveram presentes os "Símbolos peregrinos" da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). O evento decorreu no Cineteatro dos Bombeiros Voluntários de Vila Praia de Âncora e contou com a participação de várias associações do Arciprestado.

Notícias de Viana
12 Jan. 2023 4 mins
“Procurámos envolver todos, e mais até do que aqueles que iriam a uma celebração religiosa”

A sala estava cheia. O palco transbordou cultura através da dança e do canto. Tudo isto para levar a Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani a todos. “A ideia partiu de fazer algo diferente”, começou por desvendar o Pe. João Martinho, Pároco e responsável pela Pastoral Juvenil do Arciprestado de Caminha. “Recebemos orientações para que nem tudo fossem cerimónias religiosas e, nesse sentido, procurámos fazer uma iniciativa diferente, envolvendo todos, e mais até do que aqueles que iriam a uma celebração religiosa”, acrescentou, mostrando-se “grato” por ver o Cineteatro cheio. “O balanço só pode ser positivo, mas igualmente cansativo. Têm sido uns dias preenchidos, mas que são necessários para dar a conhecer estes Símbolos que nos visitam e ajudam no contacto com todos, desde os mais novos aos mais idosos. Queremos que deem bons frutos até à JMJ”, salientou. 

Sobre a informação de retorno que tem recebido das pessoas, o responsável assegura que é “muito boa”. “O feedback que chega é gratificante e a expressão disso mesmo foi só Sarau Cultural, que envolveu as associações e, sobretudo, a cultura presente no nosso Arciprestado, permitindo o contacto de todos com os Símbolos da JMJ”, referiu. 

Marisa Brás é de Vila Praia de Âncora e pertence ao Comité Organizador Arciprestal (COA). Ainda sem ter experienciado uma JMJ, mostra-se com vontade de participar. “Não tenho experiência na JMJ. É tudo novo e, por isso, está a ser uma experiência enriquecedora”, garantiu, enaltecendo a participação e dinamização dos jovens na preparação para a JMJ. “As famílias também se mostram abertas para receber os jovens que vêm à pré-jornada”, adiantou, frisando: “Os jovens estão mais ativos nas Eucaristias e atividades, enriquecendo e dinamizando a vida da igreja. Estávamos a precisar disto”. 

A jovem de 26 anos contou ainda que, apesar dos contratempos na organização do Sarau, correu “tudo muito bem”. “Conseguimos organizar um sarau que não só envolvesse a religião como a cultura caminhense. Foi muito enriquecedor e dinâmico. As pessoas gostaram muito”, assegurou. 

Já Rute Pinto pertence a um grupo de jovens e participou em duas JMJ. “Tenho noção do espírito que se vive numa JMJ e, por isso, tenho esperança de conseguir ir porque é um evento único e, este ano, acontece no nosso país”, disse, confidenciando que ver os Símbolos de perto e tocar neles é “fenomenal”. “A primeira vez que os vi foi em Madrid, em 2011, à distância. Hoje, estou a vê-los de perto e, na receção, toquei neles. Quem foi à JMJ, como eu, conhece a sensação. Torna ainda a experiência mais única”, salientou, incentivando a participação de alguns membros do Grupo de Jovens. “Formamos o grupo ‘Caminha com Cristo’ que, para além de sermos um grupo paroquial que anima as Eucaristias, formamos um grupo arciprestal que colabora no que for necessário com as diferentes Paróquias, a catequese e o COA”, explicou, enaltecendo o papel da catequese na preparação da JMJ 2023. “A catequese é a grande potenciadora do trabalho desenvolvido para a JMJ. Os grupos de catequistas estão mais ligados e tentam mobilizar esforços para a participação na JMJ”, terminou. 

Durante o Sarau, o Bispo diocesano, D. João Lavrador, também deixou uma palavra de agradecimento à organização e incentivou a participação dos jovens na JMJ e nos Dias na Diocese. “Os Símbolos da JMJ, que estão a passar por todas as comunidades diocesanas, alertam para um grande acontecimento, não apenas pelo facto de juntar muitos jovens, mas porque vai ter jovens de todo o mundo, com culturas diferentes, unidos por um único motivo: estar à volta de Jesus Cristo”, referiu, explicando que a passagem da Cruz peregrina e do Ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani “são um convite à participação”. 

O prelado lembrou ainda os Dias na Diocese, em que “jovens de diversos pontos do globo querem vir até Viana do Castelo”, partilhando experiências. “Será um momento muito rico. Nós temos a nossa história e eles a deles e, por isso, deixo o meu convite às famílias para que abram as suas casas a estes jovens que procuram amizades, diálogo e estima”, apelou, reiterando: “Um gesto simples que contribui para a construção da paz”. 

Por fim, descreveu a JMJ como “um acontecimento que marca a humanidade e ultrapassa os limites da Igreja”. “É uma questão de humanidade para a construção do mundo novo”, concluiu. 


DR – Arciprestado de Caminha

Tags Religião

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