Em Vila Nova de Cerveira há um espaço que se dedica à prática de pilates, oferecendo mais mobilidade àqueles que a praticam. Diogo e Nuno Sá são irmãos, e são os responsáveis pelo Centro de Pilates que, para além desta modalidade, oferece outros serviços médicos.
Um é formado em Desporto – Diogo – e outro em podologia – Nuno –, e decidiram unir forças para prestar um conjunto de serviços à comunidade.
Diogo começou a dar aulas de ginástica nas Juntas de Freguesia, ao final do dia, mas, com o passar do tempo, entendeu que precisava de ter um espaço, onde as “cerca de 200 pessoas” pudessem deslocar-se e ainda ter acesso a outros serviços. No entanto, nem todas as pessoas conseguiram manter-se nas aulas. Hoje, têm “cerca de 80 clientes”, dos 23 aos 85 anos, que integram as aulas individuais e as de grupo. “O pilates traz muitos benefícios à saúde das pessoas, desde a postura corporal à recuperação de diversas patologias”, salientou, contando que alguns dos seus clientes chegam à clínica através dos médicos que “já prescrevem” o pilates como tratamento. “Também temos médicos como clientes e muitos operários fabris, desde o verdadeiro operário ao funcionário do escritório. Todos conseguem tirar benefício da prática de pilates”, reiterou. E o feedback dos alunos, de quem sabe o nome, “dos maridos e das mulheres, do cão, do gato e do periquito”, “não podia ser melhor”. “Eles gostam de estar cá porque sabem que têm aqui alguém à espera deles”, referiu, acrescentando: “Temos muitas pessoas que são depressivas e insistimos com elas para vir, porque ajuda a combater o isolamento, sobretudo, na população mais idosa.”
Helena Araújo (68 anos), Lina Brás (77 anos), Lúcia Nunes (73 anos), Idalina Barros (73 anos) e Fernando Matias (71 anos), são cinco dos alunos que sentem os benefícios do pilates na sua saúde física e até mental. “Tenho artrite reumatoide”, começou por contar Helena, referindo que veio por incentivo do médico. “Nunca tinha feito pilates, mas já ouvia falar. Vim com uma amiga e aqui estou… feliz e satisfeita”, assegurou, acrescentando: “Tenho andado muito bem. Sempre que vou ao médico, ele diz-me para continuar. Trouxe-me bastantes ganhos ao nível da mobilidade no meu dia-a-dia.” “Vim ao médico por causa das dores nas pernas e ele mandou-me fazer pilates. Eu já sabia o que era e disse-lhe que me ia partir toda (risos). Comecei com o professor Diogo, que é muito simpático e me aturou um mês sozinha para me habituar ao ritmo das aulas de grupo”, confidenciou Lina, salientando que se tem sido “muito melhor”. “Ocupa-me a cabeça também. Não penso noutras coisas. Já não me doem tanto as pernas. Emagreci, e sinto que melhorei a minha caixa torácica. Aprendi a respirar melhor”, especificou, admitindo: “Só tenho pena não ter começado mais cedo, porque estou mais limitada em alguns exercícios.”
Já Lúcia praticou pilates no Porto e, quando veio morar para Vila Nova de Cerveira, procurou um espaço para dar continuidade à prática. “É fabuloso estar aqui. O espaço é muito bom, os professores são ótimos, e as condições e as pessoas são cinco estrelas”, enalteceu, confirmando uma maior mobilidade. “Os benefícios são ótimos para a nossa saúde. Trabalha a musculatura das pessoas de uma forma tranquila”, acrescentou. “Trabalhei numa fábrica e fiquei presa no corpo. Não me dobrava para nada. Andava na hidroginástica, mas com a pandemia, vim para aqui e em boa hora, porque gosto muito”, referiu Idalina, confidenciado que “até a cabeça funciona melhor”. “Com o passar da idade, ficamos mais velhas, mas manter uma certa mobilidade, para mim, é muito importante”, defendeu.
No meio de tantas mulheres, Fernando sente-se “bem” e veio para o pilates através de uma amiga. “Faz-me bem. Sinto-me bem fisicamente e o espaço é ótimo”, afirmou, enaltecendo: “Já conheço bem o pessoal e o ambiente é muito bom.”
Desde a criação da clínica, que conta com “cerca de 12 colaboradores”, o maior desafio de Diogo Sá foi receber uma pessoa com prótese num joelho, duas nas ancas e um transplante de rim. “Foi uma pessoa que precisava de ajuda porque, até ali, não tinha conseguido encontrar ninguém que a ajudasse, por exemplo, a deixar de mancar”, contou, revelando que, passados três meses, estava “completamente diferente”. “Deixou de mancar e a conseguir ter uma vida normal, sentindo-se novamente integrada na sociedade depois do acidente”, acrescentou.
Já no que diz respeito à podologia, área à responsabilidade de Nuno, Diogo enalteceu quem procura tratar dos seus pés, que “são o suporte do corpo”. No entanto, lamenta que não façam a prevenção. “Se os nossos pés não estão bem, o nosso corpo não está bem. No entanto, as pessoas ainda não estão conscientes da sua importância. Só começam a ter essa consciência quando têm algum problema. Ou seja, as pessoas só tratam. Não previnem e deveriam fazê-lo para o bem da sua saúde”, defendeu.
Para o futuro, os irmãos pretendem aumentar as suas valências e melhorar as que já existem: medicina dentária, implantologia, medicina estética, osteopatia, nutrição, psicologia e terapia ocupacional.
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