A apresentação do relatório “Liberdade Religiosa no Mundo 2025”, da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (Fundação AIS), realizada no Arciprestado de Arcos de Valdevez, revelou dados alarmantes sobre a liberdade religiosa no mundo. Dois terços da população mundial vivem em países onde este direito é limitado, e 62 nações registam graves violações, com destaque para China, Irão, Nigéria e Síria. O estudo aponta causas como autoritarismo, violência jihadista, nacionalismo religioso e crime organizado, e alerta para o impacte particular sobre mulheres e meninas de minorias religiosas.
Foi no contexto desta apresentação que o missionário argentino Pe. Hugo Alaniz, há 30 anos no Médio Oriente, trouxe um testemunho humano que ilustra, de forma concreta, as estatísticas do relatório. Segundo o Pe. Hugo Alaniz, a comunidade cristã em Alepo caiu de 300 mil habitantes, antes da guerra, para apenas 25 mil, hoje. “Há famílias ainda, mas é com um grande desânimo, ; não há visão de futuro e há muito medo. Apesar disso, muitos continuam confiando em Deus, porque sabem que têm uma missão a cumprir”, disse.
A situação económica torna a vida diária ainda mais difícil. “É muito difícil para as famílias sobreviver, não viver. Salários de 50 euros por mês tornam quase impossível manter uma vida digna. É por isso que a ajuda da Igreja é fundamental, especialmente agora, quando algumas instituições internacionais diminuíram o apoio, acreditando que a guerra terminou”, explicou, acrescentando que, “apesar da instabilidade política e da falta de confiança internacional no novo Governo, a reconstrução da Síria depende de uma resposta coordenada da comunidade global”.
O missionário sublinhou que a fé continua a ser “central” para a identidade das comunidades no Médio Oriente e que o Ocidente poderia aprender com a coragem e a esperança de cristãos e muçulmanos que vivem em condições extremas. “Lá, a identidade religiosa é parte da vida. Nós poderíamos aprender a amar mais a nossa fé e nã
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