Domingos Meira tem 42 anos e é pároco in solidum de Castelo do Neiva, Darque, Mazarefes e Vila de Punhe, no Arciprestado de Viana do Castelo. Além de pároco é ainda diretor do Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil e responsável pelo Comité Organizador Diocesano (COD) para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que se realiza em Lisboa em 2023. A poucos dias de se realizar a edição XXII Viana Jovem, o Notícias de Viana esteve à conversa com o Pe. Domingos Meira que evidenciou a importância dos jovens na Igreja.
Notícias de Viana (NdV): Qual a importância da JMJ?Pe. Domingos Meira (P.DM): A JMJ é uma oportunidade única pela dimensão e o impacto que provoca nos jovens e na comunidade. Uma festa da juventude com um encontro de jovens de todo o mundo com o Papa. Um encontro de culturas, com momentos de partilha e de fé. Uma experiência marcante e transformadora para quem participa.
(NdV):Como é que os jovens da Diocese de Viana do Castelo estão a preparar-se para a JMJ 2023?(P.DM): Os jovens dos nossos grupos e os que frequentam habitualmente a vida da Igreja estão a fazer um caminho de preparação com entusiasmo. Através das iniciativas promovidas pela equipa do COD, como o “Dia JMJ” no dia 23 de cada mês, o itinerário Rise Up entre outras propostas que vão surgindo. Também já temos paróquias que criaram novos grupos de jovens para se preparem para a JMJ.Mas falta-nos chegar a muitos mais jovens que ainda não se sentiram convidados e motivados. A JMJ é para todos os jovens e queremos que todos escutem o convite do Papa Francisco para participar.
(NdV): Quais os principais desafios?(P.DM): Os principais desafios são motivar a inscrição / participação dos nossos jovens e preparar os Dias na Diocese para os jovens que vamos acolher nos dias antes da JMJ. Neste momento, o nosso esforço está a ser feito na divulgação e motivação para os jovens nas paróquias se dinamizarem, mas precisamos da comunidade envolvida neste processo.
(NdV): Qual o papel da Pastoral Juvenil na Diocese de Viana do Castelo?(P.DM): O nosso papel principal é dinamizar e ajudar as equipas arciprestais (Comités Organizadores Arciprestais (COA’s) e os movimentos juvenis a integrarem os seus jovens neste caminho. Sem estas equipas e a ligação que eles poderão fazer com as paróquias torna-se muito difícil chegarmos aos jovens. E o que se pretende é que este convite para a JMJ chegue a todos.
(NdV): O que é que os jovens procuram na Igreja?(P.DM): Procuram antes de mais uma Igreja que fale com os jovens, mais do que fale aos jovens. Uma Igreja que acolha e acompanhe, mais do que uma Igreja que julgue e condene. Com um certo desencanto pelas instituições, pedem que se revele uma Igreja mais coerente e misericordiosa.
(NdV): Em contrapartida, os jovens parecem estar, cada vez mais, afastados da Igreja. Concorda? O que é que a Igreja pode fazer para evitar o seu afastamento?(P.DM): Por muito que nos custe admitir, a Igreja diz pouco a muitos jovens. Não se identificam, nem sentem necessidade da Igreja. Vivemos um afastamento da formação cristã em família que torna os nossos processos de catequese e evangelização pouco eficazes. Não há receitas feitas… pelo que atrás fui dizendo, a Igreja precisa de ser mais concertada na sua ação pastoral com os jovens. Não podemos querer formatar os jovens apenas aos nossos esquemas, mas sim escutá-los e fazê-los verdadeiros protagonistas da ação da Igreja. Para se sentirem envolvidos e comprometidos na Igreja que é deles.
(NdV): Enquanto padre/ pároco e responsável pela Pastoral Juvenil, que mensagem deixa aos mais jovens?(P.DM): Inspirado nas palavras do Papa Francisco aos jovens, convido-te a não deixares que os outros decidam sobre a tua vida. Sê protagonista da tua vida, deixando que Deus te interpele sobre “Para quem és tu?”. Junta-te ao grupo de jovens na comunidade que te pode acompanhar na descoberta do sentido mais profundo da tua vida e da tua felicidade. Porque “Deus não te tira nada, Deus dá tudo” (Papa Bento XVI). Levanta-te e testemunha!
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