O Centro Paroquial Social de Barbeita (CPSB), Arciprestado de Monção, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) que visa contribuir para a promoção integral de todas as pessoas da comunidade, coadjuvando os serviços públicos competentes num espírito de solidariedade cristã, humana, social e cultural. Desenvolve a sua atividade de apoio a idosos, em especial aqueles que se encontram em situação de maior fragilidade, sobretudo direcionadas à terceira idade, tendo como principal objetivo a prestação de serviços que satisfaçam as necessidades básicas dos utentes, a prestação de apoio psicossocial e o fomento das relações interpessoais ao nível dos idosos e destes com outros grupos etários, a fim de evitar o isolamento.
Fundado em 8 de março de 1995, iniciou a sua atividade em 1998 com a abertura das respostas sociais de Centro de Dia (CD) e de Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) que, pouco tempo depois, se manifestaram insuficientes pela necessidade de outras respostas, nomeadamente a nível de Estrutura Residencial para Pessoas Idosas. Esta estrutura (ERPI), ainda sem as dimensões atuais, acolheu os seus primeiros utentes em 1999.
Em 2005, para além das respostas direcionadas à terceira idade, abriu também a Creche “Arco Íris”, que surgiu de uma necessidade de se integrarem as crianças da Paróquia, mas que foi alargando a sua capacidade, dispondo hoje de uma capacidade total para 33 crianças, respondendo também às necessidades das Paróquias vizinhas.
Em 2013, pela elevada procura que se verificou na sua ERPI, o CPSB alargou a sua capacidade, dispondo hoje de 56 camas disponíveis para acolhimento daqueles que nos procuram.
Um ano após este alargamento, em 2014, inaugurou-se nova resposta social, o Centro de Noite (CN). Esta estrutura, descentralizada do edifício sede, em Barbeita, e localizada na Paróquia vizinha de Bela, dispõe de uma capacidade para acolher 6 pessoas.
Sempre atento às necessidades da comunidade, tem dado respostas assertivas, atendendo sempre às solicitações mais prementes. Sinal disso mesmo são o caso da Cantina Social (CS) que, de momento, responde a um público específico e mais fragilizado e também, mais recentemente, dispõe de um Banco de Ajudas Técnicas: “AjudaTE”. Este último projeto foi criado com o intuito de ajudar na comunidade aqueles que, por vários motivos, não dispõem de condições, nos seus domicílios, para ter o conforto necessário, adaptado às suas limitações a nível físico. Dispõe-se de camas articuladas, cadeiras de rodas, andarilhos, canadianas, cadeiras sanitárias e cadeirões.
(Notícias de Viana): Quantas pessoas engloba o Centro Paroquial Social?
(Pe. Américo Alves): Com a envergadura atual, a Instituição conta com um corpo de 60 colaboradores(as), em todas as suas respostas sociais. Para além destes, dispõe ainda de duas voluntárias e mais 4 colaboradoras ao abrigo da Medida de Apoio ao Reforço de Emergência de Equipamentos Sociais, promovida pelo IEFP – Instituto de Emprego e Formação Profissional.
Relativamente aos utentes, respondemos, nas várias respostas socias a um público muito alargado: 56 utentes na Estrutura Residencial para Pessoas Idosas; 6 utentes em Centro de Noite; 30 famílias em Serviço de Apoio Domiciliário; capacidade para 16 utentes em Centro de Dia (embora agora em casa devido à pandemia; 33 crianças na Creche; 7 beneficiários em Cantina Social e 25 beneficiários do Banco de Ajudas Técnicas.
(NV): Quais as principais necessidades/dificuldades que existem num Centro Paroquial Social?
(PAA): As principais dificuldades que se constatam numa estrutura como esta passam, sobretudo, pela sua sustentabilidade. Vivemos tempos extraordinários, de adaptação contínua a uma nova realidade impensável há relativamente pouco tempo. A Covid-19 obrigou estas Instituições a uma reestruturação na sua forma de funcionamento que implica mais custos, tanto na aquisição de maior quantidade de equipamentos de proteção individual, como a nível de aquisição de mais recursos humanos, para garantir os serviços e o maior volume de trabalho que esta “nova normalidade” nos impõe. Tempos mais difíceis e de extrema exigência quando, pela sua fragilidade e maior dependência, a nossa população alvo mais necessita dos nossos cuidados e proteção.
(NV): A pandemia trouxe ainda mais dificuldades. Quais as principais iniciativas realizadas com os idosos, e como fizeram face aos desafios lançados pela Covid-19?
(PAA): Atendendo ao contexto atual de pandemia, decretada pela Organização Mundial da Saúde no ano transato, a Instituição viu-se obrigada a reformular, alterar ou até mesmo suspender, muitas das atividades que, por norma, se desenvolviam com os nossos utentes. A nova realidade impõe cuidados redobrados na proteção que tem que lhes ser garantida. Atividades como saídas ao exterior, convívios inter-IPSS e outros que impliquem a deslocação ao exterior da Instituição, não são possíveis. Assim sendo, reveste-se de extrema importância a Animação Sociocultural que contribui, de forma inestimável para o cuidado da qualidade de vida, sendo um estímulo permanente para a pessoa idosa. A animação destinada a idosos deve ter como objetivo ajudá-los e orientá-los a encarar o seu envelhecimento como um processo natural, de forma positiva e adequada, e a reconhecer a necessidade de manutenção das atividades físicas e mentais. Promovem-se, pois, atividades de animação como a Cognitiva, Lúdico-recreativa, Expressão Plástica, Expressão Musical, Expressão Física e Desenvolvimento Psicossocial.
A nossa Instituição, assim como as demais congéneres, sempre em constante mutação, habituadas a uma rápida adaptação às novas realidades, com a resiliência que nos caracteriza, vai respondendo àqueles que necessitam do nosso apoio e são a razão da nossa existência e da nossa missão.
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