Paulo Morais pede suspensão de adjudicação da obra do novo mercado municipal

A empreitada do novo mercado municipal de Viana do Castelo continua a gerar contestação política. Dias depois do executivo ter recuperado a proposta da construtora Arlo, de Braga, e anulado o lançamento de um quarto concurso público, o candidato da coligação PSD/CDS-PP à Câmara Municipal, Paulo Morais, escreveu ao atual autarca, Luís Nobre, pedindo a suspensão imediata do processo, alertando para a desatualização do projeto e exigindo a sua reavaliação após as eleições.

Micaela Barbosa
12 Jun. 2025 3 mins

Na carta, Paulo Morais contesta o avanço do projeto num momento em que o mandato autárquico está perto do fim. “Não faz sentido tomar uma decisão desta envergadura a menos de quatro meses das eleições”, escreve, defendendo que a decisão sobre o futuro mercado municipal deve ser tomada pelo próximo executivo, “decorrente das eleições que terão lugar muito em breve”.

Para o candidato, “o modelo de edifício a concurso pode já não ser o adequado aos tempos de hoje, nem sequer corresponder à vontade dos vianenses”. “Os padrões de consumo e de estilos de vida passaram por transformações significativas”, argumenta, considerando essencial garantir que o novo mercado “vai efetivamente servir os interesses de Viana e dos vianenses” e gerar retorno em termos de qualidade de vida.

Apesar de reconhecer a obrigatoriedade de construir um novo mercado, uma exigência imposta pela Declaração de Utilidade Pública, que permitiu a expropriação do prédio Coutinho, Paulo Morais questiona se o projeto atual cumpre os objetivos do Regulamento do Plano de Pormenor do Centro Histórico uma vez que, referindo que nos artigos 54º e 55º, o mercado deve ser dotado de “condições de competitividade e retornando antigos significantes urbanos” e o imóvel a construir deve “reproduzir, na sua forma, o mercado que aí existiu”. “A desadequação do modelo de edifício no tempo levou já a que o projeto inicial (do arquiteto Alves Costa) tenha sido completamente abandonado e substituído, alegando o fator tempo, por câmara em que o próprio Luís Nobre integrava, e com a sua concordância”, argumenta, acrescentando que, “na altura, José Maria Costa (em 2016) afirmava que o projeto tinha de ser ajustado à realidade atual”. “Passaram quase dez anos! Por coerência, deve agora, caro Luís Nobre, defender a reavaliação e eventual reformulação do projeto, face à eventual obsolescência do edifício proposto”, apelou.

O candidato prometeu ainda que, caso seja eleito, vai promover uma “ampla discussão pública” sobre o futuro espaço onde se situava o edifício Jardim. “Neste processo fundamental para a revitalização do tão abandonado e deprimido Centro Histórico de Viana, não contribua para que, com este concurso, se cumpra um outro adágio, o de que “é pior a emenda que o soneto”. Assim, por razões de respeito ao Património e à história da cidade que nos viu nascer e onde fomos criados, reitero o meu pedido: suspenda o processo de adjudicação da obra do novo mercado municipal”, conclui.

Tags Política

Em Destaque

Notícias atuais e relevantes que definem a atualidade e a nossa sociedade.

Opinião

Espaço de opinião para reflexões e debates que exploram análises e pontos de vista variados.

Explore outras categorias