Ofertórios Para além disso, a Diocese recorria não só aos proventos do contributo penitencial, sendo assim destinados por decisão do prelado, como também às contribuições das Paróquias nos ofertórios realizados no dia do encerramento da Semana da Diocese. Em princípio, o ofertório diocesano deveria orientar-se maioritariamente para iniciativas de dinamização pastoral e funcionamento de serviços. […]
Ofertórios
Para além disso, a Diocese recorria não só aos proventos do contributo penitencial, sendo assim destinados por decisão do prelado, como também às contribuições das Paróquias nos ofertórios realizados no dia do encerramento da Semana da Diocese.
Em princípio, o ofertório diocesano deveria orientar-se maioritariamente para iniciativas de dinamização pastoral e funcionamento de serviços. No entanto, passou a ser investido quase na totalidade no apoio à formação dos futuros candidatos ao sacerdócio e, a partir de 1987, começou a ser destinado também para a construção do Seminário Diocesano, em Viana do Castelo.
A enorme despesa na manutenção dos Seminários não era só uma preocupação para as outras Dioceses do país, era também para a Igreja vianense e para o seu Bispo, de tal modo que D. Armindo sentiu a necessidade de partilhar a dificuldade no encerramento da Semana da Diocese, em 16 de novembro de 1986, dizendo que, no ano escolar de 1985-86, «a Diocese despendeu cerca de oito mil contos com os Seminários e o ofertório diocesano rendeu pouco menos do que cinco mil contos».
Com o avanço da campanha de angariação de fundos para a construção do Seminário Diocesano, em Viana do Castelo, a partir de 1990, o montante dos ofertórios realizados por ocasião da Semana da Diocese foi destinado a satisfazer outras necessidades.
Reis Ribeiro, Diretor do jornal diocesano, esclarecia, no editorial de 31 de outubro de 1991, que a orientação do ofertório diocesano «para as estruturas, serviços e acções da Igreja Diocesana, não significa de modo algum a secundarização do grande projecto do Seminário, mas antes que a vida e acção da Igreja não se esgota no Seminário e que este terá tanta mais vida, vocações e presença efectiva, quanto os indivíduos e as comunidades forem reevangelizadas e viverem a sua fé em experiência e compromisso de comunhão diocesana».
Contributos
Para ajudar a pôr cobro às despesas, os réditos do contributo penitencial tornaram-se providenciais, tanto que, durante anos, o seu destino foi sendo sucessivamente o mesmo e anunciado na ocasião própria, em dia de Quarta-feira de Cinzas.
Em 17 de fevereiro de 1986, D. Armindo convidou os fiéis a viverem a renúncia quaresmal em favor do Seminário, um dos grandes objetivos e prioridades da Igreja diocesana, destinando o contributo penitencial «às despesas de manutenção dos Seminários, tanto mais que é urgente providenciar pela abertura de uma casa nesta área de Viana».
No ano seguinte, em 4 de março, anunciou que o produto do contributo penitencial seria destinado «substancialmente a ocorrer a carências manifestas da nossa Igreja diocesana, destacando-se a manutenção dos seminaristas e o previsto arranque com novas instalações do Seminário Diocesano».
Em 17 de fevereiro 1988, determinou que fosse aplicado para o Seminário e para a formação dos seminaristas, «porque a Diocese está a programar a construção do Seminário nesta cidade de Viana, em terreno já conseguido».
Ao considerar as despesas com a manutenção dos Seminários e o apoio financeiro a dar aos seminaristas, o contributo penitencial do ano de 1989 foi destinado para esta dupla finalidade.
No dia de Cinzas da Quaresma de 1990, em 28 de fevereiro, D. Armindo decretou destinar o contributo penitencial para custear as despesas da construção do novo Seminário Diocesano, em Viana do Castelo.
O mesmo foi determinado em 13 de fevereiro de 1991, «estando a Diocese empenhada na construção do Seminário na cidade de Viana, com custos muito altos que já são basilarmente conhecidos».
O contributo penitencial do ano de 1992 foi, no entanto, destinado, conforme a determinação de D. Armindo, «à manutenção e amparo dos nossos seminaristas diocesanos». Pois, «são muito avultadas as despesas do nosso Seminário e dos Seminários que os recebem, são escassos (quase insignificantes) os fundos permanentes, e são frequentes as queixas das famílias dos seminaristas perante as contas a saldar».
Quando o Seminário Diocesano de Viana do Castelo já estava em funcionamento, faltando apenas concluir a capela, D. Armindo decretou, em 21 de fevereiro de 1996, que parte do contributo penitencial fosse destinado «a custear obras urgentes nas casas e instalações de serviços diocesanos e de acção pastoral, a saber: nas instalações da Cúria Diocesana, no Centro Pastoral Paulo VI e no Seminário de São Teotónio (Monção)», «instalações que são nossas, ao serviço da Diocese e do nosso exclusivo encargo».
Ao mesmo tempo, determinou que outra parte fosse partilhada com a Diocese de São Tomé e Príncipe, onde era Bispo D. Abílio Rodas de Sousa Ribas, natural da Várzea, no Soajo (Arcos de Valdevez), missionário da Congregação dos Padres do Espírito Santo, ordenado para aquele episcopado em 24 de fevereiro de 1985, tornando-se então o segundo sacerdote nascido no território da Diocese de Viana do Castelo a ser elevado à dignidade episcopal, depois de D. José Augusto Martins Fernandes Pedreira, natural de Gondomil (Valença).
Segundo D. Armindo, eram «muitos os pedidos de ajuda recebidos nesta Diocese, já sobrecarregada com os custos da construção do novo Seminário. Não poderemos responder às múltiplas solicitações a não ser simbolicamente. E assim escolhemos a Diocese de S. Tomé e Príncipe, a cujos destinos preside um Bispo nosso conterrâneo».
(Continua na próxima edição)
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