O ritmo do nosso dia pode ser ritmado de outra forma?

Toda a nossa vida é vivida num ritmo que cada um de nós é capaz de proporcionar a partir das vivências que vai tendo e possuindo. Mas, por outro lado, também vai sendo ritmado pelas perguntas e respostas que a vida vai proporcionando. Afinal de contas, a procura de perguntas e respostas vem de um vazio que requer ocupação de algo, que solicita, no fundo, a nossa disponibilidade.

Notícias de Viana
10 Fev. 2023 4 mins
O ritmo do nosso dia pode ser ritmado de outra forma?

Cada um dos cristãos deve, enquanto membro ativo da Comunidade, estar disponível para ser testemunho e alavanca de desenvolvimento da Comunidade em que está inserido. E, por mais que cada um de nós tenha conhecimento suficiente sobre determinada matéria, urge a necessidade de se colocar numa atitude de aprendizagem que lhe traga o avivar desse mesmo conhecimento, assim como da devida atualização sobre determinado conteúdo. Pois é importante que cada um de nós tenha a consciência de que o estudo tem de ser contínuo e a formação permanente, seja em que área ou ambiente for.

O Movimento dos Cursilhos de Cristandade (MCC) presente na Diocese de Viana do Castelo procura ser essa mesma alavanca para todo aquele que se questiona, se deixa tocar pelo chamamento de Jesus e se demonstra disponível a querer conhecer mais e melhor este Jesus. Para tal, o MCC organiza dois Cursilhos de Cristandade para homens e outros dois Cursilhos para senhoras, neste Ano Pastoral. Esta é uma oportunidade de renovação das Comunidades Paroquiais, bem como da Diocese. Com estes momentos de aprofundamento da sua fé, cada participante tem a oportunidade de descobrir o seu ministério e que contributo é capaz de dar nas respetivas Comunidades de origem.

Foi neste espírito que o MCC convidou e nomeou uma equipa para organizar o 85º Cursilho de Cristandade para Homens que ocorreu entre os dias 01 e 04 de fevereiro, no Centro Pastoral Paulo VI, em Darque, Viana do Castelo. A liderar este Cursilho esteve Arménio Araújo, natural de Outeiro, que contou com mais oito elementos oriundos das Paróquias de Areosa, Carreço, Castelo do Neiva, Meadela, Perre e Outeiro. Para além destes nove elementos, fez parte uma equipa sacerdotal constituída por Mons. Manuel Vilar, Pe. Nuno Santos e Pe. Paulo Alves. A participar no Cursilho estiveram, para além dos três Diáconos da nossa Diocese, mais sete pessoas oriundas do Arciprestado de Viana do Castelo, mais concretamente das Paróquias de Areosa, Cardielos, Castelo do Neiva, Mazarefes, Perre e Vila de Punhe.

Para Arménio Araújo, que teve a oportunidade de orientar, sob o ritmo que achou mais pertinente para este grupo, este Cursilho na qualidade de Reitor, considerou que decorreu com «grande êxito» e que estava muito contente por «ter participado num grupo em que a faixa etária era mais jovem do que as anteriores das quais fez parte». Sobre o facto de terem participado tão poucas pessoas, Arménio realçou que este era o primeiro Cursilho após a pandemia e reforçou que «o mais importante não é a questão do número de pessoas, mas sim a qualidade com que saem».

Abílio Paulo Sá é pescador e foi um dos membros da equipa orientada por Arménio neste 85º Cursilho para Homens. O pescador, que é natural de Castelo do Neiva, também realçou a importância da qualidade dos que fizeram este Cursilho, acabando por desafiar os leigos que estão envolvidos nas Comunidades a fazerem os Cursilhos, pois «a aprendizagem que se leva daqui ajudará as Paróquias a serem comprometidas». Disse ainda que «os Cursilhos fazem bem, porque nos fazem interrogar e nos levam a pensar em ambientes diferentes daqueles em que estamos habituados a pensar. É claro que, depois, teremos de ser capazes de colocar em prática, nos nossos ambientes, tudo aquilo que aprendemos nos Cursilhos», assegurou.

A participar pela primeira vez em Cursilhos, estava Jorge Cunha, de 20 anos, natural de Areosa. Para ele, o MCC não era estranho, pois «já conhecia, porque a minha família está ligada ao MCC». Porém, confessa que foi para o Cursilho «com uma ideia de que ia ser apenas, e só, formação cristã». Com o Cursilho, Jorge acredita que o seu «ser cristão não pode estar centrado em si próprio, mas também tem de estar focado nos outros» e, para isso, acredita «que aquilo que mais [o] tocou – o ritmo da oração – [lhe] permitirá buscar as forças necessárias a Cristo» para o seu dia a dia. Nesta busca constante de algo que preencha os nossos vazios, os Cursilhos podem ser parte da resposta porque, segundo o Reitor do 85º Cursilho, «o principal objetivo é procurar que as pessoas se insiram nas Comunidades e que, de facto, encontrem Cristo nas suas vidas». Com os ritmos que o nosso dia a dia nos impõe, o Cursilho oferece uma nova perspetiva de ritmo que a vida de cada cristão poderá ter. Para tal, o apelo que Arménio Araújo faz é mais do que atual: «não tenham medo de participar nos Cursilhos de Cristandade»!

Tags Religião

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