“O amor tem que ser algo continuamente vivido e alimentado”, salientou D. João Lavrador

Cerca de 20 casais dos Arciprestados de Viana do Castelo e de Ponte de Lima, participaram no encontro de preparação para o Matrimónio. A iniciativa, organizada pelo Centro de Preparação para o Matrimónio (CPM) da Diocese, realizou-se no Centro Pastoral Paulo VI, em Darque, Viana do Castelo, e visou “acompanhar o caminho de amor dos noivos, convidando-os a refletir sobre a verdade do amor, a preparar e a compreender o Matrimónio como um Sacramento e, assim, melhor viver uma vida a dois”.

Notícias de Viana
2 Mar. 2023 5 mins
 “O amor tem que ser algo continuamente vivido e alimentado”, salientou D. João Lavrador

Carlos Oliveira e Patrícia Silva, e Carlos Martins e Mónica Lopes, são dois casais amigos do Arciprestado de Ponte de Lima que, incentivados por outros amigos, decidiram participar no encontro. “Para além de o Pároco ter sugerido para virmos, amigos nossos falaram muito bem do CPM e quisemos experimentar”, contou Carlos Oliveira. “É uma forma de nos ajudar a preparar para o Matrimónio através da partilha de experiências de outros casais”, acrescentou Mónica Lopes.

Já do Arciprestado de Viana do Castelo, estiveram Nuno Brandão e Catarina Abreu, que namoram “há cinco anos e nove meses”. “O CPM ajuda-nos a refletir para melhor vivermos uma vida a dois”, disse Catarina, referindo que o testemunho dos outros casais pode dar ferramentas para  futuro. “O bem que temos, é que falamos de tudo. Bem ou mal, o diálogo é sempre muito importante”, defendeu. “Não esconder nada ao outro, é igualmente importante”, acrescentou Nuno.

“Fizemos o CPM e a experiência foi muito boa”

Nuno Lopes e Ângela Silva vivem no Arciprestado de Valença e estão casados “há 17 anos”. Na altura em que casaram não realizaram o CPM, mas um convite do Pe. Manuel Almeida levou-os à organização do encontro, partilhando a sua experiência no Matrimónio. “Hoje, vimos dar o nosso testemunho de forma a ajudar a preparar o casal, porque há situações que têm de ser ultrapassadas. Nem tudo é um mar de rosas”, disse Ângela, salientando: “Não vamos ensinar nada a ninguém. Quem somos nós?” “O CPM serve para termos uma ideia do que é um casamento e uma família”, acrescentou Nuno.

O casal, que tem dois filhos, afirmou não haver segredo para um casamento duradouro, defendo valores como a paciência, a tolerância, o perdão, a confiança e a tenacidade. “Por vezes, é preciso ser persistente. Não desistir”, frisou Ângela. “Namorámos quase nove anos, e grande parte do tempo foi eu a viver em Lisboa e ela em Valença. Vinha só aos fins-de-semana. Foi muito desafiante, mas valeu a pena”, afirmou Nuno.

Também na organização do encontro, mas com experiência, estão Marlene Reis e Pedro Lopes, que são casados “há quase cinco anos” e vivem no Arciprestado de Ponte de Lima. “Fizemos o CPM e a experiência foi muito boa”, assegurou Marlene, contando: “Inicialmente, pensávamos que seria um fim de semana a rezar, mas adorámos tanto a experiência, que é o segundo ano em que somos casal animador.”

A jovem reconhece que a responsabilidade é outra, mas garantiu que quer ajudar outros casais. “Embora estejamos casados há pouco tempo, temos alguma bagagem com ferramentas para ajudar os outros”, disse, reiterando que a partilha de experiências pode ajudar os outros a encontrar o seu caminho. “Não há segredo para o nosso casamento. O fundamental é o diálogo, o tempo de qualidade a dois, e o amor, que é o ingrediente essencial disto tudo”, salientou.

“É necessário que eles tomem consciência do que vão fazer”

Os Centros de Preparação para o Matrimónio são um serviço da Igreja católica, de base paroquial, abertos a todos, e que têm como finalidade principal a promoção de sessões de preparação de noivos para o Matrimónio, enquanto realidade humana, cristã e espiritual, através de uma pedagogia e metodologia próprias. Alicerçadas na revisão de vida e no testemunho vivencial de casais assistidos por sacerdotes, os noivos são ajudados a uma séria reflexão e a um frutuoso diálogo conjugal.

Para o Pe. Manuel Almeida, responsável pelo CPM da Diocese de Viana do Castelo, “todos os acontecimentos significativos têm de ter uma preparação próxima e profunda”. “No caso do Sacramento do Matrimónio, para duas pessoas que querem fazer comunidade e querem mesmo ser felizes, esta preparação é ainda mais exigente e necessária, e mais ainda num contexto em que há menos prática cristã”, referiu, lamentando que os jovens noivos não tenham prática cristã. “É necessário que eles tomem consciência do que vão fazer, através do seu regresso à Igreja”, apelou.

Com 17 casais inscritos no encontro, o responsável explicou ainda que “os Párocos têm um papel importante na participação no CPM”, mas há casais que procuram a formação por vontade própria. “Já estou à frente do CPM há alguns anos e, passados esses anos, os noivos têm outra faixa etária. Isto é, tínhamos noivos com 20 anos e hoje, temos noivos com 30, 35 e alguns próximo dos 40 anos”, apontou, assegurando: “Quem vem é mais consciente daquilo que vem fazer. Muitos deles já têm uma vida marital assumida e com filhos.”

O Pe. Manuel Almeida referiu ainda que “há menos casamentos”, mas “quem casa, casa mais consciente”. “As expectativas são grandes. É sempre uma surpresa, porque se trata de um CPM diferente daquilo que é a sua orgânica/metodologia. Fazemos um CPM mais intensivo, em que o testemunho e partilha de casais é o mais importante”, salientou, confidenciando que, a pedido do Bispo diocesano, vão organizar mais um CPM este ano, no Arciprestado de Valença.

“Nós descobrimo-nos no outro”

No encontro, também D. João Lavrador marcou presença e felicitou os casais pelo Matrimónio. “O amor tem que ser algo continuamente vivido e alimentado”, salientou, apelando à consciência do Sacramento do Matrimónio. “Estamos a viver um tempo dominado pelo medo”, alertou, incentivando: “Procurai viver nesta abertura”.

O Bispo diocesano defendeu, ainda, que “o amor gera comunhão na diferença”. “Nós descobrimo-nos no outro. Nós precisamos que o outro nos descubra”, afirmou.

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