Arrancaram as obras da nova ponte sobre o rio Lima e do acesso rodoviário da zona industrial do Vale do Neiva ao nó da Autoestrada 28. Luís Nobre acredita que pode estar pronta antes do final do prazo de execução. O projeto é financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência.
A nova ponte projetada para o rio Lima será a quarta no concelho. Ligará a área empresarial de Nogueira e a A27 à zona industrial de Deocriste. Qualquer das zonas industriais possui um único pavilhão empresarial significativo: Ovnitur e DS Smith, respetivamente.
O Executivo municipal diz que a obra visa “aumentar a sua capacidade expansionista com os novos investimentos previstos”, mas a oposição contra-argumenta com a afetação de cerca de 45 mil metros quadrados de solo integrado em Reserva Ecológica Nacional. É uma obra “inútil” e “só irá servir uma fábrica”, disse numa entrevista ao Notícias de Viana (NdV), a vereadora do CDS, Ilda Novo.
Em Deocriste, as opiniões dividem-se. Uns mostram-se “satisfeitos”, considerando a obra “necessária” e de “grande envergadura”, e outros discordam por “simplesmente beneficiar a fábrica de papel”. Queixam-se que “nunca houve uma conversa formal” com as várias entidades a explicar o que iria acontecer, sobretudo, às pessoas que irão ser expropriadas dos terrenos.
“Não temos muitas soluções. Ou concordamos, ou vamos para tribunais, mas todos sabemos que estas coisas acabam por se arrastar no tempo”, lamentou um morador, considerando que “a obra ainda vai dar muitas dores de cabeça”. “Recebemos uma carta há uns sete/oito meses, a informar que a ponte iria ser construída e que iam expropriar determinada área. Estiveram calados até este mês, avançando que iam começar a montar o estaleiro”, contou.
Para o presidente da União de Freguesias de Nogueira, Meixedo e Vilar Murteda, Rui Maciel, a obra será “sempre benéfica para aquela zona”, esclarecendo que procurou sempre estar “informado e envolvido” no processo para apoiar as pessoas.
Porém, as dúvidas mantêm-se em relação ao novo acesso rodoviário do Vale do Neiva. A Câmara fala numa “ligação mais fluida e segura à A28”, que assegura uma “maior mobilidade interna interfreguesias”; a oposição argumenta que não vê razão nos elementos justificativos da obra. “Há imensos terrenos com capacidade construtiva nas freguesias, que vão ficar totalmente impermeabilizados, assim como zonas de floresta e parcelas de terreno com capacidade agrícola que vão ser totalmente destruídas, refere fonte da oposição.
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