Nelson Freitas, o melhor jovem chef do mundo…

Com 28 anos, o jovem chef português (do restaurante Fifty Seconds, em Lisboa), representou a Península Ibérica e conquistou os jurados com o seu prato de assinatura: salmonete crocante, ouriço-do-mar e alho negro caseiro. A receita foi concebida com a ajuda de Filipe Carvalho, chef executivo do Fifty Seconds, situado no topo da Torre Vasco da Gama, em Lisboa, onde Nelson Freitas trabalha. “O prato foi elogiado pela intensidade, criatividade e equilíbrio perfeito”, indica o site do concurso.

O júri, composto por chefs de renome como Riccardo Camanini, Hélène Darroze, Vicky Lau, Pía León e Nancy Silverton, elogiou os seus “refinados dotes culinários, a seleção dos ingredientes, e a beleza do prato, além das fortes mensagens que transmitiu”.

Nelson Freitas confidenciou que foi “uma longa jornada” que se iniciou há dois anos. “A primeira coisa que fizemos foi pensar na mensagem que queríamos transmitir e como a iríamos transmitir. Depois, construir um prato com sabores portugueses para o poder partilhar com o mundo”, contou, referindo que toda a logística por detrás do prato, desde o desenho da louça até ao apanhar das pedras na praia para servir o ouriço, foi uma experiência “dura e muito trabalhosa”. No entanto, igualmente “inesquecível e memorável”. “Representar Portugal já era um enorme orgulho para mim e, por isso, representar agora os países ibéricos não foi exceção”, assegurou, reconhecendo a “gigante” responsabilidade. “Existe, acima de tudo, um peso de não querer desapontar e poder exprimir todo o trabalho realizado através do que sei fazer que é cozinhar”, admitiu.

Também Artur Gomes, de 30 anos, venceu o Prémio de Responsabilidade Social graças ao seu prato Vale das Lobas de aipo, criado com a mentoria de Henrique Sá Pessoa. Um prémio “concedido ao chef cujo prato melhor traduza o princípio de que a comida sabe melhor quando resulta de práticas socialmente responsáveis, veiculando uma mensagem de sustentabilidade”.

… quer aprender mais para partilhar com o mundo

O jovem chef contou, ainda, que a sua paixão pela cozinha não nasceu consigo. Havia curiosidade e um certo gosto, mas só quando foi para a Escola de Hotelaria e Turismo de Viana do Castelo é que se apercebeu do que realmente queria. “Comecei a perceber todo o rigor, disciplina e um pouco do que o mundo da gastronomia exige”, especificou.

Mais tarde, Nelson Freitas tirou o curso de Gestão e Produção de Cozinha, na Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, onde teve a oportunidade de fazer um estágio no restaurante Serge Vieira**, em França. “Foi, sem dúvida, um dos pilares do meu começo profissional, onde tive a chance de perceber como era todo o funcionamento por detrás de uma cozinha com estrelas Michelin”, disse, recordando a sua participação no concurso nacional InterEscolas do Turismo de Portugal, em que ficou em 1º lugar, e a sua representação das escolas de turismo de Portugal, a nível europeu, e em que arrecadou a medalha de bronze. “Já tive a oportunidade de trabalhar com chefes de renome como Dieter Koschina e Matteo Ferrantino (Vila Joya), Serge Vieira (Restaurant Serge Vieira), Glynn Purnell (Purnell´s) e, atualmente, com os chefes Filipe Carvalho e Martin Berasategui (Fifty Seconds). Todos eles me ensinaram métodos, técnicas e formas de trabalhar diferentes. Isso ajudou-me imenso até agora, e sei que vão continuar a ajudar-me, porque tive o privilégio de poder absorver todo esse conhecimento”, frisou.

Para o futuro, o jovem não tem respostas concretas sobre o que irá fazer porque “é tudo muito recente”. No entanto, reconhece que tem muito que aprender. “O meu futuro próximo vai passar por continuar a absorver conhecimento, para que um dia o possa partilhar”, concluiu.