Ministro desafia entidades a ficarem “fechadas numa sala” até resolverem incêndios. CCDR-N anuncia 27,5 milhões para conservação da natureza

O ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, desafiou as entidades ligadas à gestão do território e das áreas protegidas a reunirem-se “à porta fechada”  até encontrarem soluções eficazes para pôr fim aos incêndios florestais, defendendo que “não há ninguém melhor para resolver este problema” do que os agentes locais. O apelo foi feito em Ponte da Barca, durante a sessão “NORTE 2030 – Conservação da Natureza e Biodiversidade”, promovida pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

Notícias de Viana
17 Nov. 2025 2 mins

Perante autarcas, responsáveis do ICNF, APA, entidades gestoras de áreas protegidas e vários representantes regionais, o ministro afirmou que “tem de haver alguma coisa que acabe com os incêndios”.

Manuel Castro Almeida insistiu na necessidade de romper o impasse sobre a utilização de animais na limpeza dos montes. “Ou encontramos a solução para isto, ou não merecemos o ordenado que ganhamos”, referiu.

A utilização de cabras sapadoras voltou ao debate, apoiada pelo presidente da Câmara de Ponte da Barca, Augusto Marinho. “Por onde elas passam limpam tudo”, defendeu o autarca, afirmando lutar há oito anos pela implementação da medida.

O ministro reconheceu que o tema é “polémico”, mas considerou que a discussão tem ficado presa em divergências. “Há quem defenda cabras, há quem defenda outros animais, há quem diga que é preciso ter estábulos e quem diga que não se podem construir estábulos no monte. E assim estamos sem cabras nem nada”, apontou, apelando a que o consenso seja alcançado durante o inverno, para garantir decisões atempadas de prevenção.

O presidente da CCDR-N, António Cunha, disse aceitar o desafio lançado pelo ministro, considerando-o “quase natural” perante as competências da instituição. Ainda assim, alertou que “o tema dos incêndios não tem uma bola de prata” e que a solução passa por “diminuir a matéria combustível” e aproveitar o contributo dos animais na gestão da vegetação.

No mesmo evento, a CCDR-N anunciou a aprovação de mais de 30 operações de Conservação da Natureza e Biodiversidade, num total de 27,5 milhões de euros, dos quais mais de 20 milhões são financiados por fundos europeus. 

As intervenções abrangem todas as áreas protegidas da região, desde o Parque Nacional da Peneda-Gerês ao Douro Internacional, passando por Montesinho, Alvão, Litoral Norte e várias paisagens protegidas regionais e locais.

O investimento, que cobre cerca de 1.900 hectares, resulta de um planeamento feito “com o envolvimento dos vários atores do território”, sublinhou a CCDR-N.

Durante a sessão foi ainda assinado o protocolo da rede temática “Conservação da Natureza e Biodiversidade Mais a Norte”, destinada a reforçar a cooperação técnica entre entidades gestoras e a promover a sustentabilidade territorial.

c/Lusa

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