Um novo janeiro bate à nossa porta e como é habitual o convite à paz enche-nos de bons propósitos, de intenções maravilhosas e de sonhos de acolhimento, hospitalidade, tolerância, respeito… daquele “Shalom” tão abrangente cada vez que se pronuncia que se deixa ecoar no sussurro das palavras não ditas.
E, imaginávamos, que era desta vez que ouvíamos como as armas se calavam, as guerras terminavam, as discórdias, os egoísmos e a ânsia de protagonismo se desvaneciam e a paz permanecia no meio das nações, de cada povo e cultura, recordando que todos têm os mesmos direitos!
Mas, parece que a vida nos mostra que os mas se repetem, mais do que seria desejável, em vez do final de guerras, vemos aumentar as desavenças, mais implicados nos “teatros” (que de teatro nada têm) de guerra e no meio das operações bélicas, as ideologias parecem querem abafar alguns em favor de outros, ditos poderosos…
E, as questões económicas, só para variar querem ter uma palavra a dizer e, não poucas vezes, a manipulação é exercida pelos mais fortes em termos económicos e os mais fracos são deixados para trás.
Afinal o anseio de paz, o desejo de paz neste novo ano, começa a ficar bloqueado pela ganância, pelo poder, ainda que alguns se empenhem em ir dizendo que os direitos são para todos e iguais para todos. Mas parece que não é assim que acontece… ou será que tenho de mudar de lentes?!
Quem dera que este Janeiro pudesse brilhar pelo acolhimento a todos os migrantes e refugiados que deixaram casa e terra à procura de melhores condições de vida ou, simplesmente, na ânsia de viver!
Tomar consciência da intenção de oração que o Papa Francisco propôs para este mês de Janeiro: pelo direito à educação, ajuda a rezar pelos migrantes, refugiados e os que foram afetados pela guerra, para que o direito à educação seja respeitado e, então, possam ser construtores de um mundo melhor.
Que oportuno seria se todos nos perguntássemos quem são os migrantes que conhecemos e o que fazemos para que se sintam integrados. Seremos capazes de os ajudar a inculturar e estamos dispostos a inculturar-nos?
Se calhar se nos sentarmos à mesa vamos encontrar a maneira de partilhar sabores, saberes e, certamente, nascerá a necessidade de outras mesas…
E, conhecemos algum refugiado? Alguma vez pensamos nas dificuldades que tem de enfrentar para poder superar traumas de guerra, perseguição, violência e todo o sofrimento experimentado? Belo seria se a educação fosse mesmo um direito, não apenas apregoado, mas vivido por todos quantos chegam sem nada e sem esperança!
Se formos ousados, rezaremos por esta intenção e deixaremos que a oração se transforme em ação concreta, de tal modo que oração e vida sejam resposta a todos quantos procuram, a migrantes e refugiados, meus e nossos irmãos!
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