O debate “O mundo em crise: desafios à mudança” reuniu representantes da Igreja, da juventude, da cultura e do ensino superior, promovendo uma reflexão sobre como cada comunidade pode responder aos desafios contemporâneos. O encontro abordou temas como formação académica, integração social, diálogo cultural e participação ativa dos jovens na vida comunitária, destacando o papel da Igreja em tempos de crise.
A mesa-redonda centrou-se em quatro eixos principais: formar para pensar, acolher para integrar, preservar para crescer e motivar para continuar. Cada tema procurou evidenciar a importância de construir cidadãos críticos, conscientes e solidários, capazes de enfrentar os desafios do mundo contemporâneo.
Íris Cerqueira, representante da juventude, destacou o papel de iniciativas como o JubiGo, o acampamento diocesano que incentiva a participação ativa na vida comunitária. “Os jovens devem sentir-se ouvidos e integrados em projetos que desenvolvam competências pessoais e sociais, permitindo-lhes explorar a criatividade e dialogar com a fé”, afirmou.
Ana Sofia Rodrigues, vice-presidente do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, realçou a importância da Igreja na educação superior e na ciência. “É fundamental que os estudantes conheçam o legado da Igreja na ciência e na educação, pois isso permite uma reflexão crítica sobre a sociedade contemporânea e sobre a responsabilidade social da universidade”, afirmou, destacando também o papel da pastoral universitária na promoção da diversidade, do diálogo e do desenvolvimento de competências críticas e sociais, incluindo estudantes internacionais e migrantes.
Nuno Soares, do Departamento de Cultura da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, sublinhou o valor da arte e da cultura na construção de sociedades críticas e conscientes. “A arte contemporânea é um meio de diálogo com o mundo. Ela provoca, questiona e desperta consciência ética e social. A Igreja pode utilizar a arte como ferramenta de diálogo e reflexão sobre os grandes desafios do nosso tempo”, afirmou, acrescentando que projetos culturais e exposições aproximam a comunidade da espiritualidade, promovendo a integração entre fé, cultura e participação social.
Ana Costa, do Secretariado Diocesano da Mobilidade Humana, abordou a necessidade de um acolhimento equilibrado de migrantes, integrando recém-chegados e comunidades locais. “Se não nos educarmos para o imigrante, para quem está em movimento, não podemos acolhê-los nunca. É fundamental criar comunidades capazes de integrar todos e formar as pessoas para a solidariedade e o respeito mútuo”, defendeu.
A responsável destacou a importância de coordenar paróquias, escolas e secretariados da Diocese, garantindo que as iniciativas de integração social sejam abrangentes e eficazes. Para Ana, a pastoral das migrações deve atuar de forma transversal, envolvendo áreas como saúde, educação e cidadania, promovendo solidariedade e responsabilidade social.
Por fim, frisou que acolher não é apenas uma questão social, mas também moral e espiritual. “É uma lição que se aprende nas paróquias: a Igreja deve ser um espaço de aprendizagem e integração, tanto para os locais como para quem chega de fora”, concluiu.
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