Exclusivo Entrevista

Manuel Dias: “As empresas têm de se adaptar, mas demora tempo”

Com mais de 20 anos de experiência em tecnologia, Manuel Dias é, desde outubro de 2020, o National Technology Officer (NTO) da Microsoft Portugal. Em conversa com o Notícias de Viana, o responsável aborda o impacte da Inteligência Artificial (IA) nas várias áreas, destacando a da saúde e as de educação e serviços públicos, em que tem “potencial” para transformar e aumentar a produtividade. Contudo, reconhece os desafios desta tecnologia que obriga à adaptação e à formação das empresas, sem descurar a importância da ética e da privacidade.

Micaela Barbosa
3 Jun. 2025 5 mins

Notícias de Viana (NdV): A IA tem trazido muito debate nas várias áreas. Quais as principais áreas que a Microsoft está a explorar?

Manuel Dias (MD): Hoje em dia, a IA é transversal aos vários sectores da nossa sociedade. No entanto, se tivéssemos de escolher as áreas com maior impacte e aquelas em que consideramos mais relevantes, diríamos: a área da saúde, como por exemplo, no Hospital de Santo António com o novo chatbot, e no Hospital de Santa Maria, onde usamos os algoritmos de IA generativa para dar tempo aos médicos; e a área da educação, em que estamos a trabalhar com várias universidades de forma a transmitir o conhecimento aos alunos e a ajudar os professores, dando-lhes tempo de qualidade para que eles ensinem.

Na área social, temos um projeto piloto e inovador da assistente virtual do Centro Paroquial e Social de Lanheses, que irá melhorar o trabalho da instituição.

Outra área muito importante é a de serviço ao cidadão. Os serviços públicos, em que trabalhamos com vários ministérios como o da Justiça, com um assistente virtual para apoiar em tudo o que seja questões dos cidadãos, e um chatbot para a Agência de Modernização Administrativa, que responde a mais de mil serviços.

Na área do empreendedorismo, as startups já estão a trabalhar muito nestas áreas das tecnologias mais avançadas. Ainda assim, é uma área muito relevante para a Microsoft.

 

(NdV): Qual o verdadeiro impacte da IA nas áreas em que há uma dimensão humana mais marcada, como a saúde e a educação?

(MD): A primeira dimensão é da produtividade pessoal. A Microsoft, quando lançou o copilot, há quase dois anos atrás, o primeiro benefício que viu foi dar tempo às pessoas, podendo lucrar entre 30 minutos a 1h por dia. Ao fim do ano, percebemos que tem impacte na vida das empresas.

A segunda dimensão é da criatividade, que coloca as pessoas que não têm competências ou não são artistas e designers, a pegar nesta tecnologia e a criar novos produtos e modelos de negócio.

Já a terceira dimensão é o impacte ao nível dos novos produtos e serviços empresariais. Recentemente, criámos uma assistente virtual para apoiar uma área específica dentro das Instituições de Solidariedade Social. Do mesmo modo, pode imaginar-se a quantidade de soluções destas que podem ser colocadas no atendimento ao cliente/cidadão, prestando um melhor serviço.

O que interessa é que tenha impacte na vida das pessoas e consiga transformar as suas vidas.

 

(NdV): A IA tem o potencial de automatizar muitas tarefas, o que pode levar à perda de empregos em alguns sectores. No entanto, também abre portas para novas profissões e exige adaptação e formação. Qual o verdadeiro impac

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