Luís Nobre aposta na continuidade com foco em saúde, habitação e economia azul

Saúde: hospital e novos equipamentos no centro da agenda

O sector da saúde surge como uma prioridade absoluta. Luís Nobre recusa a ideia de que faltem instrumentos ou vontade política para avançar: “não há constrangimentos”, garante, referindo-se às decisões sobre o futuro hospital de Viana do Castelo. O candidato socialista defende uma posição firme junto do Governo, para desbloquear os investimentos e dar resiliência à rede hospitalar.

Entre os projetos em curso, destaca a construção da Unidade de Saúde de Alvarães e a reivindicação de novos centros de saúde em várias freguesias. A aposta, explica, não é apenas em edifícios, mas numa estratégia que assegure proximidade e qualidade. “O que está em causa é definir, de uma vez por todas, o que queremos para o nosso hospital: estruturá-lo ou desagregá-lo”, afirma.

A saúde é também encarada como parte de uma política de coesão territorial. Para o presidente-candidato, a descentralização de serviços, incluindo consultas e meios complementares, é fundamental para travar o abandono das freguesias mais afastadas.

Habitação: diversificação e regulação do mercado

A habitação é apresentada como outro dos pilares da candidatura socialista. Luís Nobre destaca que o concelho “cresceu muito” nesta área nos últimos anos, mas admite que é preciso reforçar a resposta para jovens e famílias com menores rendimentos.

Defende uma política diversificada, que passa tanto pela construção de novos fogos como pela reabilitação urbana e pela criação de soluções intermédias, como o arrendamento acessível. Rejeita a ideia de criminalizar o sector imobiliário e considera-o parte integrante da economia local: “O imobiliário não é um sector de crime, é um sector económico como outro qualquer, desde que cumpra as regras”.

O socialista garante que os serviços de urbanismo da autarquia são, hoje, exemplo nacional em transparência, lembrando que Viana do Castelo foi o primeiro município do país a desmaterializar por completo a gestão urbanística. Afirma que todos os processos são certificados por entidades externas desde 2010, reforçando a ideia de que “não há gavetas nem prateleiras escondidas” na sua presidência.

Mobilidade e ambiente: qualidade do ar como cartão de visita

Na mobilidade, Luís Nobre reivindica a execução de projetos estruturantes já em andamento, como os novos acessos rodoviários ao porto de mar e à zona industrial do Neiva. Sublinha, também, o investimento em transportes públicos mais sustentáveis e a articulação com políticas ambientais.

Um dos argumentos de campanha é o reconhecimento de Viana do Castelo como a segunda cidade com melhor qualidade do ar em Portugal, resultado, segundo Nobre, das opções de mobilidade e de planeamento ambiental tomadas nos últimos anos. A ligação entre desenvolvimento económico e preservação ambiental é apresentada como uma marca distintiva da governação socialista.

Cultura e identidade: capital do Atlântico

A cultura surge, no discurso de Luís Nobre, ligada às ideias de identidade e de projeção internacional. Viana do Castelo é apresentada como “capital do Oeste Atlântico”, com uma programação cultural que combina tradição e modernidade. O candidato realça o papel das festas populares, mas também dos equipamentos culturais, como museus e centros de artes, na dinamização turística e económica.

Para o socialista, a cultura é um eixo de afirmação de Viana do Castelo nos contextos nacional e europeu, e um instrumento de atração de visitantes e investimento. “Somos, hoje, a terceira cidade mais acolhedora do país”, sublinha, apontando prémios e reconhecimentos externos.

Economia e exportações: a força das indústrias naval e tecnológica

Na economia, Luís Nobre reivindica resultados: “passámos de 800 milhões para 1,2 mil milhões em exportações, no espaço de um mandato”, destaca. Para o socialista, este crescimento comprova a vitalidade do tecido empresarial local e a eficácia das políticas municipais de apoio.

Aponta a indústria naval e a economia do mar como áreas estratégicas, ligadas à vocação atlântica da cidade. Mas sublinha, também, o papel da inovação e das tecnologias, com investimentos em parques empresariais e incubadoras, que procuram fixar jovens empreendedores.

Os grandes projetos de infraestruturas, como a nova ponte sobre o Lima e a ampliação do porto de mar, são apresentados como motores de competitividade. Luís Nobre insiste que a autarquia está a “transformar o concelho” com obras que criarão condições para captar investimento estrangeiro e reforçar a posição de Viana do Castelo como hub logístico e industrial.

Segurança: polícia municipal e videovigilância

Numa área menos tradicional do discurso socialista, Luís Nobre propõe reforçar a segurança local. Defende a criação de um corpo de polícia municipal, articulado com as forças de segurança nacionais, e a instalação de videovigilância em zonas estratégicas da cidade.

A segurança, argumenta, deve ser assumida como um eixo de política municipal, lado a lado com saúde e mobilidade. Trata-se, diz, de dar resposta a preocupações concretas dos cidadãos e de criar condições para que Viana do Castelo continue a ser percebida como uma cidade segura e atrativa.

Críticas à oposição e afirmação do PS

O candidato socialista não poupa críticas à oposição, que acusa de dramatizar problemas ou de apresentar propostas avulsas sem visão estratégica. Defende que só uma equipa conhecedora e experiente pode assegurar a execução dos grandes projetos em curso. “As equipas são as melhores, conhecem os dossiers e provaram competência em todas as áreas”, afirma.

A mensagem é de continuidade e de confiança: os socialistas apresentam-se como garantes de estabilidade, num momento em que se multiplicam candidaturas alternativas. A convicção de Luís Nobre é de que os resultados falam por si — desde a habitação à saúde, passando pelo crescimento económico — e que os eleitores saberão reconhecer esse caminho.