Jovem, levanta-te e vamos

«Poderá alguém regressar ao ventre de sua mãe, e nascer de novo?» (Jo 3,4) Poderá alguém dar meia volta e retomar à sua posição originária? Poderá alguém voltar a ser criança? As evidências parecem revelar o absurdo de semelhante exigência. No entanto, Jesus «não vê nela um absurdo, porque Ele próprio, como homem adulto, é aquele que nunca abandonou o “seio do Pai”, mas também agora, feito homem, nele “descansa”, e só, como quem nele descansa, pode revelar algo válido sobre o Pai» (H. U. von Balthasar, Se não vos tornardes como esta criança, 19).

Notícias de Viana
8 Out. 2020 3 mins
Jovem, levanta-te e vamos

Esta é uma das chaves de leitura possíveis, para o desafio que D. Anacleto pretendia lançar neste ano à Diocese com o mote: «Jovem, levanta-te e vamos». De facto, o “nascer de novo”, que Jesus pede a Nicodemos é o mesmo convite que Ele próprio há-de dirigir à filha da viúva de Naim, dizendo: “Menina, Eu te digo: levanta-te” (Mc 5, 41). Efetivamente, é nesta linha que D. Anacleto incentiva quando, na sua carta pastoral, afirma: «Desafio-te a acordares para a vida, se de algum modo, perdeste ou estás a perder a motivação, o gosto de viver, perante as dificuldades com que te deparas (…) mas desafio-te também a que te ergas para uma vida que vá além da tua, que seja criadora de novas vidas» (Jovem, levanta-te e vamos, 3).

Por isso, não queremos ser uma «Igreja jovem e bela» por um simples motivo de marketing, transformando cada palavra num slogan publicitário, dado que este movimento a que Jesus nos impele, este levantar a que nos convida, não é mais do que o apelo a participar na sua Ressurreição, ou melhor, o convite a que, também nós, possamos viver uma vida de ressuscitados, ou seja, uma vida «livre, fiel e rica de amor», disponível para arriscar e dar a vida. 

Jovem, levanta-te e vamos (em 6 atitudes)

  • Levanta-te: o título da carta pastoral é também um convite, e um convite especial. Não queremos que estejas parado ou imobilizado, mas em movimento. “Levanta-te” é sinónimo de Ressurreição. Procura que, cada dia, seja uma oportunidade para acordares para uma vida nova;
  • Reconhece a vida como dom: por vezes damos demasiadas coisas como garantidas na nossa vida, ou então, achamos que “não devemos nada a ninguém”. Recorda-te, por isso, tantos e tantas que foram presença de Jesus na tua vida, que te deram e ajudaram sem pedires ou dares conta, e a quem muito deves;
  • Dar à luz Jesus: Maria é também imagem dos crentes. Muito embora ela tenha dado Jesus à luz de forma singular e especial, também tu és convidado a fazer nascer Jesus na tua vida, tornando-a fecunda e capaz de gerar vida nos irmãos;
  • Deixa-te reencontrar por Jesus: não raras vezes, deixamos a nossa relação com Jesus para segundo plano, sentindo, como Maria e José, que o perdemos de vista. Este ano é uma oportunidade para reatares a paixão que tens por Ele, ou melhor, uma oportunidade para deixares que Ele te encontre. Para isso, deixa de fugir ou andar a jogar às escondidas;
  • Reviver: há poucos anos atrás, o Papa Francisco perguntava se sabíamos a data do nosso batismo. Aproveita, por isso, este ano, para reviver o teu percurso de fé. Os lugares, as pessoas, as circunstâncias, os colegas que te acompanharam …
  • Fazer barulho: acerca disto mesmo, escreveu o Papa Francisco: “Jovens, não renuncieis ao melhor da vossa juventude, não fiqueis a observar a vida da sacada. Não confundais a felicidade com um sofá, nem passeis toda a vossa vida diante dum visor. E tão-pouco vos reduzais ao triste espetáculo dum veículo abandonado. Não sejais carros estacionados, mas deixai brotar os sonhos e tomai decisões. Ainda que vos enganeis, arriscai. Não sobrevivais com a alma anestesiada, nem olheis o mundo como se fôsseis turistas. Fazei-vos ouvir!”
  • Tags Religião

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