«Poderá alguém regressar ao ventre de sua mãe, e nascer de novo?» (Jo 3,4) Poderá alguém dar meia volta e retomar à sua posição originária? Poderá alguém voltar a ser criança? As evidências parecem revelar o absurdo de semelhante exigência. No entanto, Jesus «não vê nela um absurdo, porque Ele próprio, como homem adulto, é aquele que nunca abandonou o “seio do Pai”, mas também agora, feito homem, nele “descansa”, e só, como quem nele descansa, pode revelar algo válido sobre o Pai» (H. U. von Balthasar, Se não vos tornardes como esta criança, 19).
Esta é uma das chaves de leitura possíveis, para o desafio que D. Anacleto pretendia lançar neste ano à Diocese com o mote: «Jovem, levanta-te e vamos». De facto, o “nascer de novo”, que Jesus pede a Nicodemos é o mesmo convite que Ele próprio há-de dirigir à filha da viúva de Naim, dizendo: “Menina, Eu te digo: levanta-te” (Mc 5, 41). Efetivamente, é nesta linha que D. Anacleto incentiva quando, na sua carta pastoral, afirma: «Desafio-te a acordares para a vida, se de algum modo, perdeste ou estás a perder a motivação, o gosto de viver, perante as dificuldades com que te deparas (…) mas desafio-te também a que te ergas para uma vida que vá além da tua, que seja criadora de novas vidas» (Jovem, levanta-te e vamos, 3).
Por isso, não queremos ser uma «Igreja jovem e bela» por um simples motivo de marketing, transformando cada palavra num slogan publicitário, dado que este movimento a que Jesus nos impele, este levantar a que nos convida, não é mais do que o apelo a participar na sua Ressurreição, ou melhor, o convite a que, também nós, possamos viver uma vida de ressuscitados, ou seja, uma vida «livre, fiel e rica de amor», disponível para arriscar e dar a vida.
Jovem, levanta-te e vamos (em 6 atitudes)
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