IPVC apresenta resultados do Bem Comum e pede continuidade na gestão dos baldios

O projeto Bem Comum, dedicado à valorização e gestão sustentável dos baldios do Norte do país, apresentou os principais instrumentos desenvolvidos ao longo de mais de dois anos de trabalho. A sessão de encerramento decorreu na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) e juntou autarcas, responsáveis regionais e representantes das comunidades envolvidas.

Micaela Barbosa
24 Nov. 2025 2 mins

Entre os resultados apresentados está o Barómetro Bem Comum, ferramenta que permite às comunidades “avaliar e melhorar a sua própria gestão”. Foi também divulgado o Geoportal dos Baldios, que reúne “informação essencial sobre território, vegetação e dinâmicas comunitárias”. O projeto identificou ainda dezenas de boas práticas, que incluem ações de reflorestação com espécies autóctones, iniciativas de ecoturismo e atividades de educação ambiental.

A coordenadora do projeto, Joana Nogueira, destacou a importância do trabalho com jovens e futuros técnicos, sublinhando o esforço em promover conhecimento sobre “processos de decisão comunitária e o papel das assembleias de compartes”. Para a responsável, o Bem Comum representa “uma rede de proximidade, que espelha a capacidade existente para o trabalho em conjunto”.

O secretário de Estado do Ambiente, João Manuel Esteves, classificou os baldios como “um bem comum que pertence a todos” e defendeu que a sua preservação deve ser encarada como uma “responsabilidade coletiva”. O ex-autarca sublinhou ainda que o projeto “olha para as especificidades do território e faz alguma coisa por algo que é propriedade comunitária”, mas avisou que é necessário garantir “sustento” para dar continuidade ao trabalho iniciado.

O presidente do IPVC, Carlos Rodrigues, afirmou que “a preservação dos baldios é difícil” e que projetos como o Bem Comum são “fundamentais”, defendendo que o conhecimento produzido deve permanecer no território. “Estes territórios serão tanto mais atrativos quanto mais sustentáveis forem”, acrescentando que o trabalho realizado “deve ser reconhecido e remunerado para ser verdadeiramente sustentável”, reiterou.

Já o vice-presidente da CCDR-N, Paulo Ramalho, realçou o impacte da iniciativa, afirmando tratar-se de “um trabalho que saiu do papel, que não se limitou a escritos, mas que envolveu trabalho de campo, contacto direto com as populações e resultados objetivos”.

Em Destaque

Notícias atuais e relevantes que definem a atualidade e a nossa sociedade.

Opinião

Espaço de opinião para reflexões e debates que exploram análises e pontos de vista variados.

Explore outras categorias