Guias da Meadela: “A comunidade conhece-nos e apoia-nos muito”

A Companhia das Guias da Meadela, em Viana do Castelo, celebrou, em maio, o 50º aniversário com um programa aberto à comunidade marcado pelo lançamento de um podcast, pela velada d’ armas (promessas), pela inauguração de um monumento alusivo aos 50 anos e pela participação na atividade nacional, que reúne Guias de todo o país, incluindo ilhas. 

Micaela Barbosa
10 Mai. 2024 3 mins

São cerca de 80 raparigas. A maioria são da freguesia da Meadela. Adaptaram-se aos novos tempos, mas o ideal mantém-se desde há 50 anos. “A nossa missão é proporcionar a raparigas e jovens mulheres oportunidades de se desenvolverem como cidadãs universais e responsáveis”, frisou Daniela Ribeiro, chefe da Companhia.

Com 24 anos e há um ano como chefe da Companhia, reconhece a responsabilidade e mostra-se “orgulhosa” por pertencer à maior associação juvenil feminina em Portugal. “Sinto que é uma oportunidade porque não há muitos lugares, onde uma pessoa jovem e mulher pode ter um cargo tão alto”, afirmou, sublinhando a importância das outras dirigentes. “Eu estou como chefe da Companhia, mas não podia existir sem as outras dirigentes. Trabalhamos muito em equipa e ajudamo-nos mutuamente com o objetivo de fazer crescer a companhia”, salientou.

Daniela Ribeiro chegou às Guias da Meadela com 13 anos. Teve familiares no movimento, mas foi uma prima que a desafiou. “Adoro estar aqui”, assegurou, confidenciando que mantém uma relação “saudável” com o Agrupamento de Escuteiros da Meadela. “Quando as guias surgiram, a 19 de maio de 1974, os escuteiros ainda eram só para rapazes. Nessa altura, não havia rivalidade mas, quando o CNE abriu para as raparigas, houve um afastamento”, reconheceu, contando que, atualmente, fazem as missas de piedade com os escuteiros. 

A Companhia integra quatro ramos: Avezinha, que compreende idades entre os seis e os dez anos; Aventura (dos 10 aos 14 anos), Caravela (dos 14 aos 17 anos) e Moinho (dos 17 aos 21 anos). A partir dos 21, são dirigentes. “Temos ainda as dirigentes efetivas que nos dão apoio ocasicionalmente”, acrescentou.

As reuniões realizam-se num espaço junto ao Centro Social e Paroquial da Meadela, que foi cedido pelo pároco. “Não temos despesas com o espaço. Isso é uma grande ajuda”, admitiu, confidenciando que o maior desafio, mesmo tendo um grande número de raparigas, é chegar a outras, sobretudo, nos ramos Caravela e Moinho. “Gostava que o guidismo, aqui e no resto do país, crescesse porque, a experiência, diz-nos que as raparigas aprendem muitas coisas para a sua vida pessoal, profissional e social”, afirmou, assegurando que a Companhia desenvolve atividades para motivar as raparigas a manter-se no movimento porque, hoje, “há muita dificuldade em conciliar os estudos com as guias”. “Há muita oferta. Hoje, uma rapariga tem muitas atividades”, referiu.

Para além de apoios municipais e do Instituto Português do Desporto e Juventude, a Companhia realiza várias iniciativas abertas à comunidade para angariar fundos para as suas atividades e, segundo Daniela Ribeira, a comunidade é “solidária”. “A comunidade conhece-nos e apoia-nos muito”, garantiu, mostrando-se “sempre disponível” a ajudar. 

A responsável explicou ainda que a Companhia é um lugar “seguro” onde as raparigas podem errar, ajudando-as a fazer mais e a trabalhar em equipa que, “hoje, é essencial”. “Nas atividades é notório o crescimento. No meu caso, por exemplo, era extremamente tímida e fechada. Além disso, se há 10 anos não tivesse aqui, não vivia as coisas que vivi aqui”, exemplificou.

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