A Guarda Nacional Republicana (GNR) sinalizou 10.417 terrenos por falta de gestão de combustível florestal, no âmbito da campanha Floresta Segura 2025. Desses, 379 localizam-se no distrito de Viana do Castelo.
A campanha decorreu entre 16 de fevereiro e 30 de abril, com o objetivo de prevenir incêndios rurais através da identificação de terrenos onde não foi feita a limpeza da vegetação em redor de casas, estradas ou aglomerados populacionais.
Para Ricardo Vaz Alves, diretor do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR, o “número de sinalizações está em linha com aquilo que sucedeu no ano passado” e, face às 14.000 sinalizações de anos anteriores, acredita que existe “uma evolução em termos de consciencialização da sociedade para a gestão de combustível”. “Notamos, claramente, que houve um esforço maior por parte do cidadão para regularizar todas as situações potencialmente em infração e, ainda por cima, tendo em conta quer não só a pluviosidade que ocorreu, quer também a ausência de empresas no mercado disponíveis para fazer este tipo de serviços”, acrescentou.
A maioria das sinalizações estão nos distritos de Leiria (2.606), Bragança (1.162), Santarém (941), Coimbra (818) e Viseu (798). Já os distritos com menos terrenos sinalizados são Évora (51), Portalegre (57), Guarda (209), Beja e Porto (232), completando a tabela Lisboa (259), Faro (260), Vila Real (280), Setúbal (360), Viana do Castelo (379), Aveiro (464), Braga (652) e Castelo Branco (657).
No entanto, o Governo prolongou o prazo para limpeza de terrenos até 15 de junho, devido “às condições meteorológicas dos últimos meses” que “limitaram os períodos disponíveis para a realização dos trabalhos”. “O nosso objetivo é sempre sensibilizar e procurar corrigir as situações potencialmente em infração”, afirmou Ricardo Vaz Alves, esclarecendo que, só em último caso, será “levantado auto de contraordenação por ausência de gestão de combustível”, após “sinalizar, falar com os proprietários, falar com os vizinhos, inclusivamente”, para que a “mensagem passe e possa ser feita a correção das situações”. “Tentamos fazer uma análise casuística, sinalizado e, a partir daí, atendendo à falta de empresas no mercado, também dar aqui alguma tolerância dentro daquilo que é possível, sendo certo, também, que estamos a aproximar-nos de épocas com maior calor”, frisou.
De acordo com os dados anteriormente divulgados pela GNR, no ano passado foram registadas 10.256 sinalizações até final de maio. Os números de 2025 revelam uma ligeira subida, mas continuam abaixo de anos como 2019, em que foram identificados mais de 31 mil terrenos em situação irregular.
Desde o arranque da campanha Floresta Segura até 18 de maio, a GNR registou, segundo dados provisórios, 36 autos de contraordenação por queimadas ilegais, e 100 autos por realização de queimas de amontoados e de fogueiras.
No âmbito da prevenção e da investigação de incêndios florestais, até 18 de maio, a GNR referiu que “foram detidas 19 pessoas, tendo ainda sido identificadas 186 pessoas pela prática do crime de incêndio florestal”.
c/Lusa
Fotografia: Câmara Municipal de Viana do Castelo
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