Não é frequente ouvir-se falar de catequese de adultos, entre nós. No entanto, há 50 anos que os documentos da Igreja vêm afirmando que a Catequese de Adultos “deve ser considerada como a principal forma de catequese” e “ponto de referência” para a catequese das demais idades, precisamente porque “é dirigida a pessoas capazes de uma adesão e de um empenho realmente responsáveis”.
Está a completar um ano (Notícias de Viana, edição 1916) que o Secretariado Diocesano da Catequese (SDC) promoveu, com alguma colaboração do congénere de Braga, uma experiência de formação de animadores de adultos, que durou 3 meses e se dirigiu a cerca de 50 catequistas experientes, mais próximos do trabalho com pais de crianças já envolvidas ou a envolver no modelo de Catequese Familiar. Face ao êxito da iniciativa e à premência do tema, os SDC das Dioceses do Norte – Braga, Bragança, Porto, Viana do Castelo e Vila Real – organizaram um programa de Formação de Animadores de Catequese de Adultos/Familiar, a decorrer entre 19 de janeiro e 27 de abril, em encontros semanais por via digital, que envolve 6 dezenas de futuros animadores. A metodologia utilizada é justamente a adequada à Catequese de Adultos, para que os participantes possam experimentar a mesma postura e as mesmas técnicas que virão a usar quando a isso forem chamados.
O recentemente publicado Diretório para a Catequese (DC, que dedica considerável atenção à Catequese de Adultos, em diversos contextos pessoais e sociais) lembra que os adultos “vivem a fé de diferentes modos”: (1) crentes, que querem aprofundá-la, (2) que, apesar de batizados, não tiveram uma boa iniciação cristã, (3) batizados, mas que só procuram a Igreja em certos momentos da vida, (4) que provêm de outras confissões cristãs ou experiências religiosas, (5) que querem voltar à fé católica, depois de alguma experiência diversa, (6) não batizados, verdadeiros catecúmenos.
Enumerando, no seu nº 261, as “tarefas particulares da catequese com os adultos” (suscitar, esclarecer, alimentar e ajudar a partilhar e testemunhar a fé), o DC afirma (262, c) que “os adultos não devem ser considerados destinatários da catequese, mas protagonistas juntamente com os próprios catequistas”, deixando claro que “a catequese com os adultos atinge o seu objetivo quando faz com que os próprios adultos sejam capazes de assumir a sua experiência de fé e sintam o desejo de continuar a caminhar e a crescer” (DC 260).
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