Feiras Novas… um momento bonito!

Sou limiana e sobre as festas da minha terra, que adoro, acho que tenho memórias para escrever um livro. Tive o privilégio de crescer no “meio da festa”. Os meus avós maternos viviam e tinham negócio no centro da vila, bem perto da Igreja Matriz. Atualmente o negócio pertence ao meu padrinho e sou sempre tão mimada que sinto que continuo a ter ali casa.

E de entre várias memórias vou escrever sobre uma bem recente, destas Feiras Novas 2025.
Na noite de sábado, noite de grande folia onde a minha especial atenção vai sempre para o concerto das Bandas de Música no Largo de Camões, choveu. Pela primeira vez senti a falta da casa da minha avó… precisava de abrigo. Ao contrário do que acontecia na minha infância, a igreja estava aberta.

Entramos na igreja por motivos diferentes dos habituais, fomos para nos protegermos da chuva. E quando entramos, encontramos uma casa cheia, como acontecia sempre em todas noites de Feiras Novas na casa da minha avó.

Ajoelhamo-nos em frente à imagem da Sra. Das Dores, rezamos e sentámo-nos à espera da nossa boleia.
Naquela noite todos os que precisaram tiveram uma casa, no centro da vila, no meio da festa, não tinha a minha avó, mas tinha a Mãe do céu.

Frequentemente na eucaristia ouço que somos “família de famílias” mas esta expressão nunca fez tanto sentido como naquela noite. Senti que todos se sentiam em casa, uns rezavam outros conversavam, ali estávamos todos na nossa casa.

Por instantes a casa de Deus era simplesmente a extensão da casa de cada um de nós. Não considerei que o senhor que atendeu o telemóvel sentado no banco ao lado tivesse qualquer falta de respeito pela casa de Deus… senti que aquelas pessoas se sentiam em casa, aconchegadas, protegidas, confortáveis na presença do amor de Deus.

Naquela noite de Feiras Novas senti que a Igreja onde vou rezar, participar nas celebrações religiosas também é a minha casa, senti que somos “família de famílias”!