Segundo informação da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o Alto Minho conta atualmente com quatro meios aéreos operacionais para combate a incêndios rurais: três helicópteros ligeiros e um helicóptero pesado. Apesar desta cobertura na região, o Governo assegurou estar “a estudar as melhores soluções” para atenuar a falta de cinco meios aéreos ao nível nacional, anunciando recentemente a deslocação de um helicóptero em manutenção, em Arcos de Valdevez, para Portalegre, no Alentejo, região que enfrenta a situação “mais crítica”.
A poucos dias do início da fase Delta do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) 2025, entre 1 de julho e 30 de setembro, o secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, confirmou que o país opera com 74 dos 79 meios previstos, devido às “dificuldades” relativamente ao concurso público “que ficou deserto”.
A nível nacional, de acordo com a ANEPC, estão operacionais 36 helicópteros ligeiros, cinco pesados, 18 aviões médios anfíbios, dois pesados e seis aeronaves de coordenação. “Estamos a estudar as melhores soluções para, de alguma forma, atenuarmos esta ausência, sendo que a nossa intenção é que se abra rapidamente um novo concurso para que, no mais curto espaço de tempo, tenhamos todos os meios que estavam programados no DECIR 2025”, afirmou Rui Rocha.
Além disso, Portugal contará a partir de 1 de julho com dois aviões Fire Boss cedidos pelo programa europeu rescEU, reforçando a capacidade de resposta em situações extremas. “Este é um investimento de cerca de 2,6 milhões de euros, financiado a 75% pela Comissão Europeia”, destacou.
Questionado sobre o relatório da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) dos incêndios de 2024, que aponta para “fragilidades crónicas” do sistema ao nível da cooperação entre entidades nacionais e regionais e no comando e controlo das operações, o secretário de Estado da Proteção Civil disse ainda não ter lido o documento “com toda a atenção que merece”.
O presidente da Câmara de Arcos de Valdevez, Olegário Gonçalves, manifestou preocupação com a deslocalização de um helicóptero do heliporto local para Portalegre, mas reconheceu a necessidade de solidariedade entre regiões.
“Reagimos com alguma pena. Mas sabemos também que há outras áreas do país que estão sem cobertura de meios aéreos [para combate a incêndios] e obviamente que temos de ser solidários uns com os outros”, afirmou.
O autarca admitiu que “com um meio aéreo” o Alto Minho vai “ter maiores dificuldades no combate aos incêndios, se acontecer o que tem acontecido nos anos transatos”.
“Estou preocupado, mas devido às circunstâncias temos de ser solidários. Também nos foi dada a garantia que, se acontecer alguma coisa de anormal no distrito, irão tomar medidas para termos mais meios de proteção”, acrescentou.
Olegário Gonçalves revelou ainda ter sido contactado, “há vários dias, diretamente pelo secretário de Estado da Proteção Civil”, que solicitou a colaboração do município nesta redistribuição temporária dos meios aéreos. “Mal fique concluído o concurso público, o helicóptero regressa a Arcos de Valdevez. Foi uma garantia dada pelo secretário de Estado”, concluiu.
(notícia atualizada às 14h55)
c/Lusa
Fotografia: Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil
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