Especialistas defendem uma mobilidade eficiente e sustentável

Sob o mote “Cidade do Futuro”, Viana do Castelo debateu sobre sustentabilidade, mobilidade e inovação urbana. Para os vários especialistas, é importante “fazer um redesenho da mobilidade rumo a um modelo mais eficiente e sustentável”.

Notícias de Viana
24 Fev. 2025 3 mins

Organizada pelo ECO, em colaboração com a Câmara Municipal de Viana do Castelo, a sessão de abertura foi conduzida por António Costa, diretor do ECO, e Luís Nobre, presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo.

O diretor do ECO, afirmou que esta conferência é a primeira de um ciclo e explicou que Viana do Castelo foi escolhida para “partilhar o que está a ser feito fora dos grandes centros e mostrar que as cidades de média dimensão podem ser um exemplo”.

António Costa confidenciou ainda que a “dificuldade” do modelo económico é “ter de ser pago na transição”. “A Europa, como nós sabemos, num contexto geopolítico difícil, com os Estados Unidos, apostou há muitos anos, e bem, numa transição energética, mas numa transição energética ambiental e de mobilidade, que custa muito dinheiro”, contextualizou, exemplificando com os carros elétricos que “são caros para a classe média portuguesa” e “há poucas infraestruturas de abastecimento”. “A Europa deve seguir o caminho que está a ser feito, mas deve fazê-lo de forma inteligente porque, às tantas, está a impor obrigações aos europeus, que tornam os produtos muito mais caros, tornam as empresas europeias muito menos competitivas e tornam, obviamente, muito mais pesada a fatura para o bolso de todos os consumidores europeus”, referiu, salientando que “é uma equação que vai demorar tempo”. “Estamos a falar de economia verde, de mobilidade, mas convém não sermos ingênuos, nem idealistas na forma como fazemos esta transição”, considerou, acrescentando: “No contexto global em que vivemos hoje e face às últimas semanas, se calhar, vamos demorar mais tempo do que aquilo que esperaríamos ou que desejaríamos há 5 ou 10 anos.”

Já Luís Nobre defendeu três pilares para o sucesso de uma cidade: a notoriedade do território, nomeadamente dos seus agentes económicos, o que também passa pela inovação; a economia verde; e a economia azul.

Segundo avança o ECO, os especialistas, que participaram nos painéis “Cidade Sustentável” e “Cidade com Mobilidade”, defenderam “a importância de fazer um redesenho da mobilidade rumo a um modelo mais eficiente e sustentável”. “Há a necessidade de fazer o redesenho das cidades, com menos carros nas cidades”, sublinharam, reconhecendo que a mudança “vai levar o seu tempo”.

Relativamente à sustentabilidade, os oradores lembraram que o conceito “deve ser visto de forma ampla” e que “o futuro são as pessoas”.

A conferência “Cidade do Futuro” terminou com a participação da Secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, em vídeo, que considerou que é “imperioso ter uma visão comum para a mobilidade que queremos, mais sustentável, descarbonizada, inclusiva”. “Estamos a trabalhar para eliminar a pobreza de mobilidade”, destacou, referindo que o Governo está a “melhorar a qualidade do transporte público, garantindo que é cada vez mais descarbonizado“.

Tags Economia

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