Estes últimos tempos mergulham-nos intensamente no frio e no desconforto; vivemos permanentemente entre as mantas, os cachecóis e os aquecimentos, dado que as temperaturas vão trazendo um inverno cheio de fraturas e amplamente severo para fazer palavras cruzadas à lareira. O panorama é frio e as persianas servem também ao quentinho que se requer dentro de portas e janelas, depois de um dia de trabalho. Pelo Gerês a neve já se fez sentir e necessitamos de amplas moletas para ultrapassar semanas seguidas de temperaturas frescas e muito húmidas. O nosso ambiente vital necessita de muito controle e instiga a uma teimosia repleta de luvas e de acendalhas.
No exterior, dias há em que o bater do dente é frequente, dando a entender que a boca necessita de muitos cuidados e requer os mimos de vários chás; os aparelhos eletrónicos apoiam as tarefas e as tomadas elétricas são poucas para tantas necessidades. O dispositivo disponível faz pensar em tantos que não usufruem destas comodidades e que esperam as nossas boas prestações. Sabemos que há algumas casas que não podem fazer de outra forma: esperam que o frio passe ou que alguém se lembre dos mais pobres e necessitados.
Ao fim dos dias, as estradas transformam-se em autênticos carrocéis de automóveis em direção a lojas bem abastadas para os mercados de tantos brinquedos que revestem e enfeitam os ténues pinheirinhos que fazem a alegria de tanta pequenada que espera a noite do 24 de dezembro: vão esperando, amontoando presentes e prendas juntinho das luzes aos milhares que provocam algum rodopio. As cançonetas vão enchendo vazios que fazem esquecer por instantes os smartphones que os prendem durante a ano.
O Natal prende assim gerações pueris que precisam de novidades, fugindo à masmorra dos dias. Pouco se pensa na Criança que nasce em Belém para todos, mas dá-se a permissão a tantos e tantas que esgotam este tempo com muito amor e na singela alegria de estar bem por momentos. O Natal também é bom para isso, tornando os mais novos felizes e descontraidamente folgazões. Os mimos dos pais e avós emprestam-lhes liberdade, felicidade e arejado empenho.
Andar juntos alguns tempos, saltitar entre brinquedos nossos, dar uns saltos pela neve nas Estrela e noutras serras, ter tempo para estar juntos, pensar e saltar noutras ladeiras, ser anfitrião de novidades, mesmo em visitas rotineiras. Fazer Natal entre todos, adocicando conversas, desempoeirando tantos sistemas de jogos, dando gozo e paz aos que connosco fazem o dia a dia. Haja Natal com todos.
Jesus, Maria e José: Natal profundo e de renovação. Haja muitas criancinhas que brincam, muitas mulheres maravilhadas e muitos pais de candeia e de bastão preparados. O futuro é de todos e para todos. Bom Natal. Não falte ninguém. Muitos vêm de longe, outros atravessam continentes. Estamos todos envolvidos. Felicidades e bom ano.
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