Diocese de Viana do Castelo quer “humanizar” Igreja 

“Humanizar” a Igreja é a prioridade da Diocese de Viana do Castelo apontada durante a Caminhada Sinodal, que foi lançada pelo Papa Francisco em 2021. O processo envolveu os dez Arciprestados, num total de mais de dois mil participantes.

Notícias de Viana
7 Jul. 2022 3 mins
Diocese de Viana do Castelo quer “humanizar” Igreja 

Sob o tema: «Para uma Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão», a Diocese de Viana do Castelo foi chamada a organizar a escuta do Povo de Deus presente no seu território e, no texto final, a Comissão Diocesana Sinodal começou por constatar ser “difícil perceber a dimensão comunitária” da Igreja diocesana, salientando que, “na vida eclesial, «fala-se muito, mas pouco se concretiza»”. “Na realidade, evidencia-se existir pouca comunhão no seio das comunidades cristãs, nas quais se constata que os grupos e movimentos se encontram fechados em torno de si”, advertem, apontando: “E, sendo verdade a referência à necessidade de se escutar, a realidade é que, em relação à generalidade dos fiéis, apenas se limita a confiar um papel de recetores passivos de uma mensagem sempre demasiado teológica, mas pouco humanizada.”

O documento aponta, ainda, para uma renovação da visão de Igreja (e de comunidade cristã), ambicionando “uma maior inclusão e participação na tomada de decisões”, “o reforço da unidade” e “a rotatividade dos dirigentes dos diferentes grupos”.

A Comissão Diocesana Sinodal salienta, também, “a importância de cultivar uma maior humildade, abertura e transparência por parte da comunidade cristã e dos seus líderes, além da urgência em valorizar-se os ministérios laicais, com vista a existir uma maior promoção das suas funções por parte do Pároco”, indicando “a urgência da catequese familiar e da catequese em todas as idades” e “de acompanhamento espiritual nas Paróquias pelos Párocos”. “Os agentes pastorais, sobretudo os que lidam com crianças, adolescentes e jovens, precisam de ser capazes de testemunhar a alegria, o entusiasmo e o amor a Cristo”, defende, promovendo a participação de todos nas celebrações litúrgicas. “(…) entende-se ser urgente rever a maneira como as celebrações ocorrem, desde a organização dos seus ritos até à própria linguagem, de modo que se tornem mais compreensíveis e, como tal, mais vividas e participadas”, afirma. 

A formação de padres e leigos foi outra das preocupações apresentadas, com a sugestão de criar “núcleos de formação (catecumenado)” para a preparação do Batismo de adultos e “laboratórios de formação” para o processo de formação contínua. “Por tudo o que foi mencionado, com vista a uma abordagem mais sinodal na participação e liderança na vida das comunidades paroquiais e diocesana, urge superar o perigo de fechamento das comunidades, que ainda se revelam mal preparadas para uma mudança ou alteração das suas rotinas”, assume, admitindo que a mudança implica “tentar que as decisões sejam tomadas de forma mais «democrática», isto é, não tão autoritária, com vista a irem ao encontro da evolução da sociedade, sem esquecer a importância da transparência na divulgação das conclusões”.

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