Diocese de Viana do Castelo inicia Ano Pastoral com apelo à missão e reflexão sobre ética e sociedade

No arranque do Ano Pastoral, o bispo D. João Lavrador desafiou a comunidade diocesana a assumir a sua missão como “Igreja de Deus”, enraizada em Cristo e atenta aos sinais do tempo. “A Igreja é chamada a discernir, a cada geração, o que o mundo está a dizer e a provocar, não para se confundir com ele, mas para iluminar a realidade com a luz do Evangelho”, afirmou.

O prelado destacou ainda a necessidade de envolver todos os fiéis, sobretudo os jovens, no processo sinodal: “A identidade cristã deve renovar-se em cada comunidade e em cada tempo, como fermento de esperança no meio da sociedade”.

O segundo momento da sessão foi marcado por uma mesa-redonda. Ricardo Carvalhido abordou os dilemas éticos da ciência e da biotecnologia, sublinhando que “a fé oferece uma baliza ética para aquilo que o investigador deve ou não deve fazer”.

Para o investigador, a liberdade científica não pode ignorar a dignidade da pessoa: “A criatividade tem limites, e esses limites são os valores que radicam no cristianismo”.

Já Ida Novo refletiu sobre os desafios sociais da contemporaneidade, com foco na educação e no impacto das redes digitais: “As redes sociais são hoje formas de educação informal, mas precisam de ser usadas com responsabilidade, porque a minha liberdade termina quando começa a liberdade dos outros”.

A responsável insistiu também no papel formador da Igreja junto dos mais jovens: “Temos de recentrar-nos no essencial: ajudar cada pessoa a descobrir o que significa ser humano, com valores que não se podem perder”.

A abertura encerrou com um apelo comum à responsabilidade espiritual e social. “A graça de estar vivo é um propósito, e esse propósito é cuidar da fragilidade do outro”, concluiu um dos intervenientes.